Analisando as formas de expressão das Inquisições em Portugal, na Espanha e na Itália, o autor reconstrói uma rede quase desconhecida de estruturas mentais da Europa latina.
Analisando as formas de expressão das Inquisições em Portugal, na Espanha e na Itália, o autor reconstrói uma rede quase desconhecida de estruturas mentais da Europa latina.
Repressão ao protestantismo, ao judaísmo e à feitiçaria. Censores em ação feroz contra a atividade intelectual. Torturas cruelmente requintadas. Fogueiras consumindo homens e mulheres em praça pública, diante de uma multidão fascinada. Essas são as imagens mais difundidas da Inquisição, que costuma ser apresentada como uma realidade única. Ao usar o plural no título de seu livro - História das Inquisições -, o historiador português Francisco Bethencourt já anuncia que vai além de reproduzir a imagem clássica dessa instituição. Um dos aspectos que ele toma como ponto de partida para a sua pesquisa é a duração excepcionalmente longa do aparelho inquisitorial: como uma instituição criada no século XIII conseguiu se manter em funcionamento até os séculos XVIII e XIX?Analisando com argúcia os ritos, as etiquetas, as formas de organização, os modos de ação e a iconografia que as Inquisições produziram em Portugal, na Espanha e na Itália, Bethencourt acaba desvendando uma rede quase desconhecida de estruturas mentais na Europa latina, além de revelar os muitos efeitos da repressão às heresias nas sociedades que elas tentaram subverter.