A romancista australiana Elizabeth Costello protagoniza oito conferências sobre a literatura, a morte e a relação entre homens e deuses. Com uma escrita reflexiva, que embaralha os limites entre autor e personagem, Coetzee constrói a biografia de uma mulher - mãe, irmã, amante, escritora - num romance situado entre a ficção e o ensaio.
A romancista australiana Elizabeth Costello protagoniza oito conferências sobre a literatura, a morte e a relação entre homens e deuses. Com uma escrita reflexiva, que embaralha os limites entre autor e personagem, Coetzee constrói a biografia de uma mulher - mãe, irmã, amante, escritora - num romance situado entre a ficção e o ensaio.
A consagrada romancista australiana Elizabeth Costello, personagem criada por J. M. Coetzee, já havia protagonizado A vida dos animais, livro em que profere duas conferências sobre a crueldade com que são tratados os animais no mundo contemporâneo. Neste Elizabeth Costello, que inclui parte de A vida dos animais, a escritora retorna a conferências literárias provocativas e inspiradoras.
No primeiro texto do livro, "Realismo", a romancista vai até os Estados Unidos receber um prêmio pelo conjunto de sua obra. Em seu discurso de agradecimento, Costello volta a se referir ao conto de Kafka que usara para argumentar contra a violência dispensada aos animais.
Costello protagonizará também capítulos que discutem o futuro do romance ("O romance na África"), a vida após a morte ("No portão"), os limites da literatura para tratar de temas extremos, tais como a consciência dos homens de Hitler ("O problema do mal"), e as implicações eróticas e psicológicas das relações entre homens e deuses ("Eros"), num texto em que evoca mitos gregos e a consubstanciação entre o Espírito Santo e Maria.
Com a prosa clara e exata de Coetzee, Elizabeth Costello é a biografia de uma mulher: mãe, irmã, amante, escritora. Ocupando um espaço entre a ficção e o ensaio, é também uma profunda e perturbadora meditação sobre a natureza do romance.