Misto de memórias e criação literária, estas narrativas autobiográficas descrevem de forma comovente o universo da infância de Isaac Bashevis Singer, marcado pela religiosidade de sua família e pelo dia-a-dia do bairro judeu de Varsóvia nas primeiras décadas do século XX.
Misto de memórias e criação literária, estas narrativas autobiográficas descrevem de forma comovente o universo da infância de Isaac Bashevis Singer, marcado pela religiosidade de sua família e pelo dia-a-dia do bairro judeu de Varsóvia nas primeiras décadas do século XX.
No início do século XX, os moradores da rua Krochmalna, no velho bairro judeu de Varsóvia, acorriam à modesta casa de número 10 em busca de solução para problemas. Ali, vez ou outra, apareciam casais à procura de matrimônio ou separação, credores e devedores à cata de solução justa para suas pendências, além de manifestações misteriosas que demandavam explicação, como a de gansos que, mesmo mortos, não paravam de grasnar.
Religiosas ou mundanas, deste ou de outro mundo, essas questões eram submetidas a uma antiga instituição judaica, o tribunal rabínico - mescla de corte de justiça, sinagoga, casa de estudos e consultório psicanalítico. O da Krochmalna era presidido pelo rabino Pinhos-Mendel, pai do então menino Isaac Bashevis Singer, e funcionava em sua própria casa.
Nestas memórias, publicadas de forma seriada no jornal nova-iorquino Jewish Daily Forward, Singer recria o ambiente em que cresceu, rico em histórias e personagens a um só tempo divertidos e comoventes. O resultado é um testemunho único de uma tradição judaica que ruiria com a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
"Essas memórias ressuscitam um mundo que a Primeira Guerra Mundial arruinou e a Segunda aniquilou. E o fazem não à maneira de um museu, mas com sua gente e sua vida intactas." - The New York Times