O escritor israelense Amós Oz muda de registro e constrói uma fábula atemporal, mas que diz muito sobre os grandes temas de nossa época, como a intolerância, a discriminação e o difícil convívio dos homens entre si e com a natureza.
O escritor israelense Amós Oz muda de registro e constrói uma fábula atemporal, mas que diz muito sobre os grandes temas de nossa época, como a intolerância, a discriminação e o difícil convívio dos homens entre si e com a natureza.
Uma pequena aldeia atravessada por um rio cristalino e rodeada por um bosque frondoso tem uma particularidade insólita: não há nela nem um único animal. Nem animais domésticos, nem silvestres; nem peixes, nem aves; nem mesmo insetos de qualquer espécie perturbam a monotonia da vida dos aldeões.
Mas dois garotos, Mati e sua amiga Maia, não se conformam com os rodeios e as histórias mal contadas dos adultos e resolvem investigar por conta própria, desafiando a proibição de entrar no bosque, onde reina o temível Nehi, o demônio das montanhas. Depois dessa aventura, nenhum dos dois será mais o mesmo - nem a aldeia.
Numa linguagem desenvolta, plena de humor e sutileza, Oz nos envolve num universo assombroso e fascinante, exaltando o poder do conhecimento, da independência de espírito e da ética pessoal contra as idéias feitas que perpetuam a discriminação, a intolerância, a opressão. Não há, portanto, solução de continuidade entre a empenhada literatura "adulta" do escritor e esta que ele definiu apropriadamente como "uma fábula para todas as idades".