Burocracia e sociedade no Brasil Colonial, pesquisa de juventude elaborada por Stuart Schwartz - um dos maiores estudiosos de nossa história colonial, autor de obras célebres sobre a "civilização do açúcar" -, ganha nova tradução e impressiona pelo pioneirismo e frescor.
Burocracia e sociedade no Brasil Colonial, pesquisa de juventude elaborada por Stuart Schwartz - um dos maiores estudiosos de nossa história colonial, autor de obras célebres sobre a "civilização do açúcar" -, ganha nova tradução e impressiona pelo pioneirismo e frescor.
Não só o melhor de Stuart Schwartz está em Burocracia e sociedade - o texto claro, colorido e elegante; a capacidade de síntese; a habilidade em lidar com o material empírico de dezenas de arquivos espalhados por Europa e Brasil -, como também muitos dos caminhos que a historiografia luso-brasileira só passaria a trilhar a partir do final do século XX.
Quando o estudo da justiça ainda não entrara na moda, Schwartz mostrou que "a organização judicial se tornara o plano estrutural do Império", propiciando que a Coroa estendesse seu braço comprido sobre as conquistas ultramarinas e se valesse, para tal, da magistratura régia, que estava no ápice da estrutura administrativa da colônia.
Inovador, Schwartz evitou a abordagem mais institucional sobre o Tribunal da Relação da Bahia, seu objeto primordial de estudo, instalado em Salvador em 1609, e centrou a análise no processo que levou ao surgimento de elites peculiares, tecidas do casamento entre riqueza e poder, controle econômico e burocrático, mapeando a eclosão de tensões, alianças, recuos e perplexidades. O resultado é um panorama único da formação e das práticas das classes dominantes no Brasil colonial.