Esta saga da zona cacaueira, escrita na juventude de Jorge Amado em 1934, surpreendeu a crítica e os leitores da época pelo frescor de sua linguagem e pela crueza com que denunciava as duras condições de vida dos trabalhadores rurais do sul da Bahia.
Esta saga da zona cacaueira, escrita na juventude de Jorge Amado em 1934, surpreendeu a crítica e os leitores da época pelo frescor de sua linguagem e pela crueza com que denunciava as duras condições de vida dos trabalhadores rurais do sul da Bahia.
Segundo livro de Jorge Amado, Cacau é narrado em primeira pessoa por um lavrador, filho de industrial decaído, que trabalhara brevemente como operário fabril. O pequeno romance é a saga de uma tomada de consciência social e política. Atesta o clima de polarização ideológica da época em que foi escrito e o entusiasmo revolucionário de seu jovem autor.
Cacau inaugura também um dos veios mais ricos da literatura de Jorge Amado, o dos livros dedicados à rica e sangrenta história da região cacaueira da Bahia, imortalizada em obras como Terras do sem-fim; São Jorge dos Ilhéus; Gabriela, cravo e canela e Tocaia Grande.
Neste apaixonado livro de juventude, com um vigor e uma urgência que o tornam encantador, encontramos alguns dos méritos mais louvados do autor, como o apurado ouvido para a fala popular; o trânsito pelos vários registros do discurso, do mais formal ao mais coloquial; o caloroso afeto por suas criaturas.
Livro de denúncia e esperança, anuncia o grande romancista que conquistaria os leitores do Brasil e do mundo nas décadas seguintes.