Iniciada com Jerusalém, romance que consagrou o português Gonçalo M. Tavares como um dos maiores talentos da literatura em língua portuguesa de sua geração, a publicação da tetralogia O Reino pela Companhia das Letras se completa com A máquina de Joseph Walser.
Iniciada com Jerusalém, romance que consagrou o português Gonçalo M. Tavares como um dos maiores talentos da literatura em língua portuguesa de sua geração, a publicação da tetralogia O Reino pela Companhia das Letras se completa com A máquina de Joseph Walser.
Gonçalo M. Tavares é uma das figuras-chave da literatura portuguesa atual. Entusiasticamente elogiado por José Saramago por seu impressionante domínio da língua - "não tem o direito de escrever tão bem aos 35 anos: dá vontade de lhe bater", afirmou o prêmio Nobel em 2005 -, Tavares possui uma extensa obra, incluindo romances, teatro e poesia.
O romance integra a tetralogia O Reino, dedicada ao mal, e é escrito numa prosa cuja habilidade narrativa é apenas superada pela desenvoltura com que Tavares combina ficção e investigação filosófica. O pacato funcionário Joseph Walser leva uma vida previsível, enquadrada pelos movimentos repetitivos da máquina industrial que opera. Nem mesmo a guerra é capaz de afetar a estabilidade de seu cotidiano. Entretanto, Walser tem uma paixão secreta: a enorme coleção que mantém fechada à chave, protegida até mesmo dos olhares de Margha, sua calada mulher.
Pela propriedade com que trata de temas universais como o poder, a morte e o acaso, A máquina de Joseph Walser merece ser comparado a obras-primas perturbadoras como Auto-de-fé, de Elias Canetti, e O processo, de Franz Kafka.