Nesta delicada e quase impossível história de amor, que tem como pano de fundo a emigração portuguesa para a França, existe apenas um abrigo em que é possível resistir e existir: os próprios livros. Avassalador e marcante, Livro expõe a poderosa magnitude do sonho e a crueza - irônica, terna ou grotesca - da realidade.
Nesta delicada e quase impossível história de amor, que tem como pano de fundo a emigração portuguesa para a França, existe apenas um abrigo em que é possível resistir e existir: os próprios livros. Avassalador e marcante, Livro expõe a poderosa magnitude do sonho e a crueza - irônica, terna ou grotesca - da realidade.
O escritor português José Luís Peixoto recria neste romance o sabor das grandes narrativas de formação. A vida de Ilídio, o protagonista, é o relato de uma perseguição que começa no dia traumático em que a mãe o abandonou na infância, avançando através de seu amor pela delicada Adelaide.
Determinada a afastar os jovens amantes, a tia de Adelaide a obriga a emigrar para Paris, seguindo o caminho que fizeram mais de um milhão de portugueses entre os anos 1960 e 1970. De Ilídio, Adelaide carrega só um livro, que recebeu de presente - o mesmo livro que a mãe lhe entregou quando era menino, dizendo que voltava logo.
Na França, a existência de Adelaide é um esforço contínuo para preencher vazios. Mais por infelicidade do que por felicidade, casa-se. Também um livro a conduz a esse marido que parece mais apaixonado pela política do que pela mulher.
O sonho de um reencontro é tortuoso. Mas Ilídio resolve viajar para a França em busca da amada, deixando para trás o pedreiro Josué, o homem que o criou. Cartas que não chegam aos destinatários, buscas que não se completam e amores difíceis trançam este delicado romance, no qual a dor se afirma como primeira condição do existir.