Uma narrativa vertiginosa das obsessões crescentes do cruel proprietário de uma loja de quinquilharias, que vive incomodado com o cheiro do ralo. O livro que deu origem ao filme de Heitor Dhalia, protagonizado por Selton Mello, ganha novíssima edição.
Uma narrativa vertiginosa das obsessões crescentes do cruel proprietário de uma loja de quinquilharias, que vive incomodado com o cheiro do ralo. O livro que deu origem ao filme de Heitor Dhalia, protagonizado por Selton Mello, ganha novíssima edição.
O cheiro do ralo (2002), primeiro romance de Lourenço Mutarelli (que já era figura consagrada no mundo dos quadrinhos), chegou às livrarias revestido de lenda viva: ele o teria escrito em apenas cinco dias, durante um feriado de carnaval. Mito ou verdade, a linguagem do livro demonstra urgência incomum, correspondente ao seu curto período de composição. Apesar de ser uma narrativa introspectiva, a ação não cessa em nenhum momento dessa obra violentamente poética, que deu novo rumo à ficção brasileira contemporânea.
O protagonista, proprietário de uma loja de quinquilharias, transforma o comércio em um sistema sádico para afligir seus clientes, tão desesperados quanto ele próprio. Obcecado pelo cheiro do ralo que vem dos fundos da loja e pela bunda da garçonete do bar onde almoça todos os dias, o narrador (um sósia do "moço que faz o comercial do Bombril") naufraga aos poucos em seus delírios. Entre a bunda e o ralo, não lhe resta saída que não seja ir para o buraco.