Com a mesma criatividade literária e lingüística que o consagrou como autor de romances, Mia Couto estréia na literatura infantil com este miniconto sobre um gatinho e sua vontade de descobrir e explorar o mundo. "Somos nós que enchemos o escuro com nossos medos."
Com a mesma criatividade literária e lingüística que o consagrou como autor de romances, Mia Couto estréia na literatura infantil com este miniconto sobre um gatinho e sua vontade de descobrir e explorar o mundo. "Somos nós que enchemos o escuro com nossos medos."
Pintalgato vive sendo alertado pela mãe para que não ultrapasse a fronteira do dia. Mas ele, louco para descobrir o que se esconde sob a sombra da noite, decide se aventurar e acaba tendo um encontro inusitado com o escuro. Quando volta para a luz do dia, descobre que seu pêlo, antes amarelo com pintinhas, está preto como a noite, e fica apavorado. Com ajuda da mãe, porém, consegue perceber que o medo do escuro, na verdade, é o medo das "ideias escuras que temos sobre o escuro".
Com uma prosa envolvente e cheia de pequenas surpresas poéticas, Mia Couto elabora uma bela fábula sobre as aflições e o encantamento com o desconhecido. Nas palavras do autor: "A maior parte dos medos que sofremos, crianças e adultos, foram fabricados para nos roubar curiosidade e para matar a vontade de querermos saber o que existe para além do horizonte".