Imagine crescer em um lugar de onde não se pode sair, em que tudo é regulado ou proibido, até mesmo desenhar. Peter Sís fala de sua própria experiência narrando, com traços e memórias, o seu dia a dia no lado oriental e comunista da Cortina de Ferro durante a Guerra Fria, e nos conta como, através da arte, alcançou o sonho de ser livre.
Imagine crescer em um lugar de onde não se pode sair, em que tudo é regulado ou proibido, até mesmo desenhar. Peter Sís fala de sua própria experiência narrando, com traços e memórias, o seu dia a dia no lado oriental e comunista da Cortina de Ferro durante a Guerra Fria, e nos conta como, através da arte, alcançou o sonho de ser livre.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Tchecoslováquia continuou sendo um país ocupado: os alemães foram embora mas os russos ficaram em seu lugar. Com o aumento das tensões entre a Europa oriental e o ocidente, as fronteiras que separavam comunistas e capitalistas foram reforçadas com cercas e muros, criando a chamada Cortina de Ferro.
Atrás dela, no lado comunista, viviam muitas pessoas que sonhavam com a liberdade, como era o caso de Peter Sís, que cresceu cercado de proibições e regras políticas. Unindo memória e história, texto e traço, Sís, que em 2012 ganhou o Hans Christian Andersen, maior prêmio de literatura infantil, conta a sua história desde a infância até os anos da adolescência, quando as novidades do oeste aos poucos conseguem burlar a censura para entrar no país, e as barreiras parecem começar a cair. Peter e seus amigos descobrem a calça jeans, a Coca-Cola, a poesia beat, o rock'n'roll, os Beatles, e são atraídos por tudo aquilo que até então era proibido - e que simboliza o mundo livre. Bem nessa época os soviéticos restabelecem o controle totalitário, e Sís, sem outra saída, fecha-se em sua imaginação. Ainda bem que, anos mais tarde, ele pode torná-la pública, em livros marcantes como este aqui.