Ao conhecer a saga da dinastia Yang, o leitor terá um amplo retrato da cultura chinesa em toda a sua complexidade, das relações familiares e suas hierarquias ao tradicional embate entre a modernidade e a força da tradição. Uma saga épica e particular sobre a China do século XX.
Ao conhecer a saga da dinastia Yang, o leitor terá um amplo retrato da cultura chinesa em toda a sua complexidade, das relações familiares e suas hierarquias ao tradicional embate entre a modernidade e a força da tradição. Uma saga épica e particular sobre a China do século XX.
Seguindo os passos das grandes narrativas autobiográficas, como Maus, de Art Spiegelman, e Persépolis, de Marjane Satrapi, Belle Yang escolheu os quadrinhos para narrar a tumultuada saga de sua família.
Nascida em Taiwan, Yang emigrou com a família para os Estados Unidos aos sete anos. Na década de 1980, voltou à China para estudar pintura e caligrafia. Mas, perseguida por um ex-namorado que a havia ameaçado de morte, ela é obrigada a retornar à casa dos pais, na Califórnia.
Enquanto seus amigos ocidentais desfrutavam uma vida de liberdade criativa e pessoal, Yang se vê paralisada pelo medo. Aos poucos, as histórias de seu pai sobre a Velha China, pelas quais ela nunca havia se interessado, vão se transformando num ambicioso projeto: recontar a saga da dinastia Yang durante o século XX.
A partir das disputas e dos embates entre o patriarca dos Yang e seus filhos, a autora pôde revisitar cem anos de história chinesa. O enfoque na intimidade da família ganha contornos épicos, conforme os Yang vivenciam a invasão da Manchúria pelos japoneses, a grande fome, a Segunda Guerra Mundial e a subida dos comunistas ao poder.
No traço de Belle Yang, que deve tanto à mais tradicional caligrafia chinesa quanto aos quadrinhos contemporâneos, essa saga familiar ganha uma forte carga de poesia. O resultado é uma jornada que capta não apenas as grandes pinceladas da História, mas também os pequenos traços de uma tradicional dinastia chinesa.