"Novas histórias antigas" mostra contos orais de diversos povos

16/04/2018
Amor, astúcia, cobiça, honestidade, coragem, medo. Sentimentos e qualidades tão humanas que alimentam contos e a tradição oral ao longo dos séculos com histórias divertidas, assustadoras, reflexivas, inspiradoras, repletas de metáforas que vão dando conta da complexidade da experiência de nossa espécie. A escritora e professora Rosane Pamplona mergulhou nesse universo e, depois de uma minuciosa pesquisa e de uma curadoria afetiva, selecionou 14 desses contos, oriundos de culturas tão distintas quanto a árabe, a russa, a francesa, para apresentá-los nesse Novas histórias antigas, recém-lançado pela Escarlate, do Grupo Brinque-Book. Tendo escolhido muitas desses histórias com base nas memórias de infância -o pai contou a ela algumas das narrativas apresentadas-, a autora trabalhou a linguagem dos contos e fez certeiras adaptações para apresentar contos surpreendentes e inspiradores a respeito das aventuras e desventuras de personagens que habitam e refletem o imaginário coletivo. Um bom exemplo é Pedro Malasartes, cuja aparição é recorrente na tradição oral tanto da América Latina quanto da Europa e até da cultura Sufi. O homem que viaja para longe em busca de um tesouro que sempre estivera em casa e a sábia mulher, que deixa riquezas para atrás por amor, são outros dos personagens que se encontram neste livro.   Em sala de aula e em casa Os contos de tradição oral da obra suscitam uma conversa com os alunos sobre pluralidade cultural, sentimentos e qualidades humanas e suas implicações. Repleto de metáforas, aforismos e lições, é possível refletir sobre a sabedoria, a ganância, a coragem – o que é um tesouro, afinal? O que os pequenos leitores pensam das trajetórias -e dos sentimentos- tão diversos dos personagens? O que ainda faz sentido hoje? Procure conversar sobre a diferença entre as narrativas: a tradição oral, as narrativas escritas e a estética literária; o papel dessas histórias na época em que foram criadas e nos dias atuais. A reflexão sobre sentimentos e comportamentos ainda é preponderante na literatura? Que tradições orais as crianças conhecem? Que experiências de leitura mediada e não-mediada tiveram e como percebem as diferenças entre oralidade e textualidade?
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