É uma honra anunciar que nove livros infantis da Companhia das Letras, que engloba os selos Companhia das Letrinhas, Pequena Zahar, Brinque-Book e Escarlate, foram contemplados com o selo Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio 2023. O prêmio está em sua oitava edição e já é considerado um dos mais relevantes do país, tendo como critérios para a seleção: texto, ilustração, projeto gráfico, inovação das temáticas, criatividade, tradução de adaptações e o papel da imagem no caso dos livros ilustrados.
Veja quais foram os livros premiados:
Domingo (Companhia das Letrinhas, 2023), de Marcelo Tolentino
Poderia ser um domingo qualquer. Um dia de descanso despretensioso. Mas no espaço cavado pelo tédio dos dias sempre iguais, o menino Martim, e seu cachorro, Fubá, embarcam em uma aventura que só a imaginação poderia catalisar. Se deparam com um mar revolto, um navio pirata, um tesouro… tudo sem sair do quintal dos avós.
Doutor Sumiço (Companhia das Letrinhas, 2023), de Caco Galhardo
O herói deste quadrinho tem um superpoder nada óbvio: fazer as coisas desaparecerem. Seu nome é Lico e, desde criança, já era assim: bastava tocar nas coisas que elas desapareciam. Quando encarou seu poder como um dom, se transformou no Doutor Sumiço - para fazer desaparecerem todas as coisas erradas no mundo! E também todas as coisas de que ele próprio não gostava - incluindo brócolis, remédio e… escola!
Minha avó ia ao cinema (Companhia das Letrinhas, 2023), de Paula Marconi de Lima com ilustrações de Lumina Pirilampus
Uma narrativa que nos carrega no colo para a vida do interior de antigamente, com o trem cortando a paisagem, galinhas soltas e a ousadia de uma menina que ia ao cinema sozinha. Em uma sociedade fechada (nem tão diferente assim da de hoje), em que as meninas não podiam fazer muita coisa, a protagonista nos lembra do poder das pequenas revoluções e de quantas mulheres abriram caminhos para aquelas que vieram depois.
Omo-oba: histórias de princesas e príncipes (Companhia das Letrinhas, 2023), de Kiusam de Oliveira com ilustrações de Ayodê França
Guerras, mistérios revelados, dramas e tradições. Nesta coletânea de contos são resgatados mitos iorubás de princesas e príncipes africanos, por aqui conhecidos como orixás.
Os pombos (Companhia das Letrinhas, 2023), de Blandina Franco com ilustrações de José Carlos Lollo
A partir de uma metáfora certeira que transforma pobres e pessoas marginalizadas em pombos, somos confrontados com nosso próprio olhar para todas as vítimas da desigualdade social. Quando é que essas pessoas passam a ser menos pessoas? Por que são vistas com desprezo, apenas como parte da paisagem? Uma narrativa que surgiu a partir da troca dos autores com o padre Júlio Lancellotti, provocando uma reflexão profunda sobre a pobreza que assola as grandes cidades.
Aqui e aqui (Companhia das Letrinhas, 2023), de Caio Zero
É um mistério: como é que o menino vai dormir na própria cama to-do-san-to-dia, mas acorda na casa da vizinha? Seria um caso de sonambulismo? A abertura de um portal mágico? A descoberta da verdade - e fim do mistério - é um daqueles episódios importantes que fazem parte do crescimento e do amor (e também da realidade social).
A costura (Pequena Zahar, 2023), de Isol
A autora argentina parte de um xale trazido por ela mesma da Palestina - uma peça simbólica em muitas culturas - para tecer uma narrativa que entrelaça dois mundos. De um lado, o real, o que se vê, o organizado. Do outro, o caos, as pontas soltas, o que se esconde. Nessa dualidade, a menina protagonista imagina como o outro lado para onde vão as coisas que se perdem…
Lá longe (Pequena Zahar, 2023), de Carolina Moreyra e Odilon Moraes
O que nos une à natureza, mesmo em meio à cidade grande, é como um fio invisível. Traçando paralelos entre um menino no centro urbano e os bichos na natureza, o livro estabelece uma narrativa com atmosfera poética, que nos leva a pensar quais são os laços que nos conectam à natureza - e por que esquecemos que somos parte dela.
Loba (Pequena Zahar, 2023), de Roberta Malta e Paula Schiavon
Resgatando um clássico recontado à exaustão, esta história desenha com delicadeza uma alegoria do feminino, colocando uma menina a avançar pela estrada de seu próprio crescimento onde há perigos, sim, mas também supresa, descoberta e força.
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