Em uma cidade dividida por grupos que compartilham características parecidas, amar alguém diferente não é apenas polêmico: é um absurdo. Mas é isso que acontece com O-que-olha-o-espelho e O-que-tem-cabelos-lisos, que, mesmo opostos, se apaixonam à primeira vista.
Em uma cidade dividida por grupos que compartilham características parecidas, amar alguém diferente não é apenas polêmico: é um absurdo. Mas é isso que acontece com O-que-olha-o-espelho e O-que-tem-cabelos-lisos, que, mesmo opostos, se apaixonam à primeira vista.
Era uma vez uma cidade particular. Nela viviam seres especiais, todos diferentes um do outro. Cada um tinha o seu jeito e a sua turma, e não se misturavam com qualquer um. O-que-sorri era parente próximo d'O-que-assobia, que por sua vez era amigo d'O-que-quer-ficar-livre e d'O-que-cata-borboletas. Mas eles não podiam chegar perto de tipos como O-que-olha-o-relógio, O-que-conta-dinheiro, O-que-espera-pelo-pior, O-que-sempre-diz-não etc. (E muitos se identificavam com esse último tipo.) Acontece que um belo dia O-que-olha-o-espelho olhou um pouco mais para o lado e se deu conta de que existia outro tipo de beleza além da sua própria: era O-que-tem-cabelos-lisos. Foi paixão à primeira "olhada", e também um escândalo, pois os dois não pertenciam ao mesmo grupo, de jei-to ne-nhum! Esse incidente se espalhou como fogo na floresta e logo a cidade estava transformada, e a encrenca, armada - O-que-acha-que-vai-dar-tudo-errado que o diga...