Sylvio Frota foi ministro do Exército entre 1974 e 1977, período em que o presidente Ernesto Geisel iniciou o processo de abertura. Contrário a essa política e apoiado por militares e políticos da "linha-dura" que o queriam candidato à sucessão, Frota distanciou-se cada vez mais do presidente, a quem via como ideologicamente de esquerda. O desfecho foi sua demissão por Geisel em 12 de outubro de 1977.
Afastado da vida pública, o ex-ministro dedicou-se, nos anos seguintes, a escrever sua versão dos fatos. Ideais traídos é publicado 28 anos depois do início de sua redação. Nesse inédito documento histórico, o leitor tem uma rara visão dos bastidores do período militar no Brasil (1964-1985). Frota faz uma análise minuciosa da história e, ao acusar os que em seu entender haviam traído os ideais do Movimento de 64, torna esse livro um depoimento detalhado e único sobre o tema.
A obra, lançada por iniciativa de seu filho - já que o autor, até sua morte, em 1996, não quis divulgar o texto -, mostra detalhes ainda desconhecidos sobre a cúpula militar brasileira. Peça fundamental para o entendimento do Brasil contemporâneo, esse livro - que passou por cuidadoso trabalho de verificação para garantir sua autenticidade histórica - traz ainda:
o Dezenas de documentos inéditos, em sua maioria sigilosos, selecionados pelo autor;
o Fotografias do acervo pessoal de Sylvio Frota;
o Apresentação dos historiadores Celso Castro e Maria Celina D'Araujo, ambos da Fundação Getúlio Vargas e especialistas no estudo do regime militar no Brasil.