Com seus quadrinhos hipercoloridos e seu humor irônico, Will Eisner consegue criar uma nova versão para o conto de fada recolhido pelos irmãos Grimm e que vem sendo contado há séculos.
Com seus quadrinhos hipercoloridos e seu humor irônico, Will Eisner consegue criar uma nova versão para o conto de fada recolhido pelos irmãos Grimm e que vem sendo contado há séculos.
Era uma vez um príncipe que foi enfeitiçado por uma velha corcunda e virou sapo, sendo então obrigado a deixar o castelo onde morava. Em busca de uma residência mais adequada à sua nova condição, acabou se estabelecendo no poço de um outro castelo, junto ao qual uma princesinha costumava brincar com sua bola de ouro. Um dia ela deixou a bola cair dentro do poço e o sapo se ofereceu para tirá-la de lá; em troca, a princesa teria de beijá-lo. Ela disse que aceitava e a história tem final feliz, como se sabe.Mas o caminho até ele não chega a ser cor-de-rosa, pois Will Eisner transforma esse conto de fadas num pequeno estudo da ironia. A graça maior de seus personagens talvez esteja no pragmatismo com que enfrentam as situações. A princesa, por exemplo, só dá um beijinho no sapo depois de muita repugnância, e ainda assim revela um prudente ceticismo ao vê-lo adquirir a forma humana: "Pode ser outro passe de mágica... E se você virar um cachorro ou um gato?". Eisner consegue criar uma versão realmente nova para uma história que vem sendo contada há séculos.