Crédito: Bob Wolfenson
Desde o último domingo, o Brasil vibra com a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro. Premiada na categoria de melhor atriz em filme de drama — a mesma em que Fernanda Montenegro concorreu em 1999 —, a atriz foi reconhecida por sua impecável e sensível atuação como Eunice Paiva, uma mãe que precisa assumir o comando da família e travar uma luta pela verdade em torno do desparecimento do seu marido durante a ditadura militar. A história real de Eunice foi contada por seu filho, Marcelo Rubens Paiva, em Ainda estou aqui, livro que inspirou o longa homônimo.
Seja num papel dramático como este ou pelas suas conhecidas personagens cômicas — ou ainda pelos seus memes, que conquistaram a nova geração —, Fernanda Torres é motivo de orgulho para todos os brasileiros. O Globo de Ouro, que pela primeira vez premia uma atriz brasileira, é apenas uma confirmação do que nós já sabemos por sua presença nas telas, nos palcos e também nas páginas. Afinal, Fernanda Torres é uma das mais versáteis atrizes brasileiras, genial no teatro e na televisão, aplaudida no cinema pelo mundo inteiro, e reconhecida como uma das vozes mais originais da literatura brasileira contemporânea.
Saiba mais sobre os livros de Fernanda Torres
FIM (2013)
Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro formam um grupo de amigos cariocas que acompanharam o país virando de cabeça para baixo em costumes e valores. Agora, às voltas com a morte e as próprias frustrações, os cinco rememoram passagens marcantes de suas vidas, seus excessos, separações e arrependimentos.
Em sua estreia na literatura, Fernanda Torres constrói um romance que contém humor sem superficialidade, lirismo sem cafonice, complexidade sem afetação, densidade sem chatice — uma leitura imperdível.
A obra também foi adaptada para as telas: estrelada por Marjorie Estiano, Fábio Assunção e grande elenco, a minissérie está disponível no Globoplay. Assista ao trailer.
SETE ANOS (2014)
"Desenvolver uma ideia dentro de um espaço determinado de linhas, falar de temas de interesse comum sem abrir mão do tom pessoal e dar valor à concisão são algumas lições que tomei do jornalismo”, afirma Fernanda Torres na apresentação deste livro.
Em sua segunda incursão nas letras, a escritora oferece aos leitores sua face cronista, com textos publicados em revistas e jornais ao longo de sete anos. São crônicas que versam sobre cinema, teatro, política ou assuntos do cotidiano, mas sempre com suas marcas características: o humor, o tom confessional, a inteligência aguda, o olhar irônico.
A GLÓRIA E SEU CORTEJO DE HORRORES (2017)
O que é o sucesso? “A glória e seu cortejo de horrores”, diria Fernanda Montenegro. É a partir da frase sempre repetida por sua mãe que Fernanda Torres intitula seu segundo romance.
Aqui acompanhamos as desventuras de Mario Cardoso, um ator de meia-idade, desde os dias de sucesso como astro de telenovela até o total declínio quando decide encenar uma versão de Rei Lear — e as coisas não saem exatamente como esperava. Mescla eletrizante de comédia de erros com a velha e nem sempre boa vida como ela é, este é um painel corrosivo de uma geração que viu sua ideia de arte sucumbir ao mercado, à superficialidade do mundo hiperconectado e à derrocada de suas ilusões.
BIBLIOTECA FERNANDA TORRES
Marcelo Rubens Paiva
Este romance mergulha na história recente brasileira para falar sobre a memória de uma mulher, uma família e um país. A adaptação pro cinema, dirigida por Walter Salles, é estrelada por Fernanda Torres.
João Ubaldo Ribeiro
Poderoso e original, este romance apresenta as memórias de uma impagável libertina e de toda uma cultura e uma geração. Fernanda Torres estrela a adaptação de Domingos Oliveira pro teatro e assina a apresentação desta nova edição.
Sérgio Rodrigues
Fernanda Torres também assina a apresentação da edição comemorativa de 10 anos deste drama familiar. No romance, um cronista esportivo de oitenta anos, testemunha da história do futebol brasileiro, tenta se reaproximar do filho com quem brigou há décadas.
Erico Veríssimo
Nesta trilogia, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores, como Fernanda Torres, que se encantou com essa história na adolescência. A narrativa percorre 150 anos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando o ponto de vista de uma família.
João Guimarães Rosa
Para Fernanda Torres, este é um livro que coloca o Brasil no centro dos dilemas mais profundos da humanidade, ao discutir a natureza do bem e do mal — “Como se não bastasse, Guimarães Rosa inventa línguas”.
Claude Lévi-Strauss
Fernanda Torres define este como “o mais belo livro já escrito”. Nesta obra autobiográfica, o autor, que havia sido chamado para civilizar o Brasil, termina como um branco horrorizado com a voracidade genocida da civilização à qual pertence.