Um dos maiores economistas de sua geração reúne escritos sobre a deterioração da política e a reforma do Estado e propõe alternativas para o desenvolvimento social.
Um dos maiores economistas de sua geração reúne escritos sobre a deterioração da política e a reforma do Estado e propõe alternativas para o desenvolvimento social.
André Lara Resende herdou do pai, Otto, o dom da palavra, o prazer do convívio, a clareza de raciocínio e o foco no que importa. E aprimorou essas qualidades ao longo da vida. Este livro é um exemplo dessas virtudes - como também o haviam sido Os limites do possível e Bolhas e pêndulos. Há três tipos de escritores, notou Schopenhauer: os que escrevem sem pensar, os que pensam enquanto escrevem e os que pensaram muito antes de escrever. André é, claramente, da terceira estirpe. Por isso, todos os treze artigos aqui reunidos têm alguns eixos comuns, que não derivam apenas de um passageiro interesse do autor no momento em que os escreveu. Alguns são imprescindíveis para o debate público do momento no Brasil, como "O mal-estar contemporâneo" e os artigos da seção Para repensar o Estado. Outros são muito relevantes para entender o atual debate no mundo e seu significado para o Brasil, como os da primeira seção, As fortunas do crescimento. Há um belo texto inédito, "Em busca do heroísmo genuíno", e dois substanciosos artigos - "Desenvolvimento como liberdade, cidadania e espírito público" e "Vida pública, capitalismo de massa e os desafios da modernidade" - que fundamentam a posição do autor sobre o indispensável repensar sobre o Estado e a necessidade de revalorização da vida pública - ambos necessários tanto no Brasil como no mundo. O leitor que se debruçar sobre estes textos, na ordem que lhe aprouver, verá que este livro passa, com galhardia, no teste de Harold Bloom para uma obra que valha a pena: aquela que o leitor sente que de alguma forma lhe diz respeito; que lhe pode ser útil; que lhe ajuda a entender melhor sua circunstância e o mundo em que vive. E, por fim, que constitua prazerosa leitura, como este Devagar e simples que o leitor tem em mãos. - Pedro Malan