De acordo com o estudo “Estimativa 2016: Incidência de Câncer no Brasil”, realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), serão registrados 596 mil novos casos de câncer no Brasil em 2016, com predominância entre as mulheres. No Dia Mundial de Combate ao Câncer, selecionamos nove livros do Grupo Companhia das Letras que abordam o tema sob as mais variadas perspectivas, seja do ponto de vista científico, biográfico ou ficcional.
1. Anticâncer – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, de David Servan-Schreiber
Best-seller com mais de um milhão de exemplares vendidos no mundo e publicado em cerca de 25 países, Anticâncer apresenta uma nova abordagem sobre os estudos relacionados à doença, a partir da experiência pessoal do médico e pesquisador francês David Servan-Schreiber, que, aos 30 anos, lutou contra um tumor no cérebro. Sua pesquisa inovadora mostra o papel fundamental dos próprios mecanismos de defesa do corpo na luta contra o câncer, por meio de alimentos específicos, tratamentos alternativos complementares e exercícios físicos, por exemplo. Além de explicar, de forma clara, o que pode ser prejudicial para a saúde no dia a dia.
2. Podemos dizer adeus mais uma vez, de David Servan-Schreiber
Curado de um tumor no cérebro descoberto aos 30 anos de idade, Servan-Shreiber aprofundou-se em suas pesquisas de como melhorar as defesas naturais do corpo contra a doença. Em 2010, descobriu outro tumor ainda mais agressivo no cérebro. Neste momento, começou a escrever Podemos dizer adeus mais uma vez, um livro para se despedir dos amigos, leitores, pacientes e refletir sobre a vida. “Foi uma oportunidade de dizer adeus a todos os que apreciaram meus livros anteriores ou que vieram me ouvir. Aconteça o que acontecer, tenho grande esperança de que esse adeus não seja o último. Podemos dizer adeus mais de uma vez”, escreveu o médico.
3. A vida imortal de Henrietta Lacks, de Rebecca Skloot
A vida imortal de Henrietta Lacks reconstitui a vida e a morte de uma das mais injustiçadas personagens da história da medicina. Neste livro, Rebecca Skloot demonstra como o progresso científico do século XX deveu-se em grande medida a uma mulher negra, pobre e quase sem instrução. A0s 30 anos, Henrietta descobre que um pequeno tumor se espalhou para o corpo todo. No hospital Johns Hopkins, uma amostra do colo do útero de Henrietta havia sido extraída sem o seu conhecimento, e fornecida à equipe de George Gey, chefe de pesquisa de cultura de tecidos naquela instituição. Gey demonstrou que as células cancerígenas desse tecido possuíam uma característica até então inédita: mesmo fora do corpo de Henrietta, multiplicavam-se num curto intervalo, tornando-se virtualmente imortais num meio de cultura adequado. As células passaram a ser usadas em pesquisas do mundo todo, sendo utilizadas na criação da vacina contra a poliomielite e contra o vírus HPV, de vários medicamentos para o tratamento de câncer, de aids e do mal de Parkinson, por exemplo. Neste livro premiado, Rebecca Skloot faz a Henrietta Lacks uma merecida e tardia homenagem.
4. Aproveite cada sanduíche, de Lee Lipsenthal
Na função de médico-diretor do reconhecido Instituto de Pesquisas em Medicina Preventiva, na Califórnia, Lee Lipsenthal ajudou milhares de pacientes que sofriam com doenças a superar seus medos da dor e da morte, adotando uma forma mais alegre de viver. Após descobrir um tumor no esôfago em 2009, dedicou-se a escrever Aproveite cada sanduíche, narrado com bom humor e paixão sobre tudo o que aprendeu com suas experiências, incluindo motivações, arrependimentos e lições de vida.
5. O clube do livro do fim da vida, de Will Schwalbe
Durante dois anos, Will Schwalbe acompanhou sua mãe às sessões semanais de quimioterapia. Nos encontros, os dois conversavam principalmente sobre os livros que estavam lendo. A lista ia do clássico ao popular, da poesia ao mistério, do fantástico ao espiritual. Juntos, compartilhavam suas esperanças e preocupações através dos livros prediletos. Em O clube do livro do fim da vida, o autor faz uma declaração de amor à mãe, percorrendo a vida da corajosa e especial Mary Anne, a carreira nos anos 1960, o trabalho voluntário em países em guerra e, finalmente, o projeto de fundar uma biblioteca nômade no Afeganistão. Mesmo muito debilitada, ela não abre mão de fazer com que o tempo que lhe resta seja útil — para a família, os amigos ou uma criança necessitada do outro lado do mundo. Uma alegre e bem-humorada celebração da vida.
6. Minha lista de prioridades, de David Menasche
Aos 34 anos, David Menasche foi diagnosticado com câncer no cérebro. Seis anos depois, sofreu uma grave convulsão que tirou parte de sua visão, memória, mobilidade e — talvez a mais trágica de todas as perdas — sua capacidade de ensinar. Impossibilitado de continuar dando aulas, o professor decidiu interromper com os tratamentos recomendados pelos médicos e montou um plano audacioso: atravessar os Estados Unidos para contemplar o oceano Pacífico antes de perder totalmente a visão, usando o tempo que lhe restava para encontrar antigos alunos e perguntar a eles do que se lembravam do tempo em que passaram juntos. Ele havia sido importante? Tinha feito alguma diferença? Minha lista de prioridades é um livro sobre pequenas epifanias, que se debruça com coragem sobre os temas mais complexos de nossa existência, nos fazendo refletir a cada página sobre o que realmente importa nesta vida.
7. Mortais — Nós, a medicina e o que realmente importa no final, de Atul Gawande
Após o falecimento de seu pai, o médico-cirurgião americano Atul Gawande desenvolveu uma pesquisa reveladora sobre como tratar seus pacientes idosos ou em estado terminal de forma mais adequada e humana, levando em consideração os desejos de cada um. E, neste momento, levantou uma importante questão para a medicina: é válido tentar todo tipo de tratamento paliativo para prolongar a vida, mesmo que isso cause sofrimento ao paciente? Mortais é uma corajosa narrativa deste médico que reconhece os limites da ciência e sabe de que modo ela pode nos proporcionar não apenas uma boa vida, mas também um bom fim.
8. O imperador de todos os males, de Siddhartha Mukherjee
Em 2010, mais de 7 milhões de pessoas morreram de câncer em todo o mundo. Nos Estados Unidos, uma de três mulheres e um de dois homens desenvolverão essa doença durante a vida. Em alguns países, o câncer será a causa de morte mais comum, superando as doenças coronarianas. Mas, afinal, o que é essa doença? “Quem” é o câncer? Com a precisão de um biólogo, a visão de um historiador e a paixão de um biógrafo, o oncologista Siddhartha Mukherjee traça em O imperador de todos os males uma biografia detalhada do câncer, do primeiro registro às mais avançadas pesquisas, últimas descobertas e expectativas para o futuro, abrindo caminho para a desmitificação dessa doença tão temida.
9. Livre, de Cheryl Strayed
Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe aos 45 anos por um câncer agressivo no pulmão, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, tomou a decisão de caminhar 1.770 quilômetros pela chamada Pacific Crest Trail (PCT) — trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, do deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao estado de Washington — sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. Seu objetivo maior era aprender a enfrentar por conta própria os fantasmas que a assombravam após a dolorosa perda. “Todo processo de transformação pessoal depende de entrega e aceitação”, afirmou, completando, em seguida, “Este livro é sobre como suportar o que não podemos suportar”.