Durante anos, os gerentes intermediários foram negligenciados. Em filmes e séries de TV, eram motivo de chacota por supostamente realizarem reuniões inúteis e preparar relatórios sem nexo. (Quem aqui lembra de Michael Scott, em The Office?).
O ditado, afinal, é verdadeiro: as pessoas não pedem demissão de uma empresa, pedem demissão de um chefe. Mas o contrário também acontece: quem fica é fiel a seus gerentes.
A própria denominação “intermediário” carrega a conotação negativa de algo pertencente a uma hierarquia organizacional limitada. E, por muitos anos, grandes consultorias indicaram a remoção dessa camada em nome da agilidade e do corte de custos.
Todo o poder aos gerentes mostra que esta é a hora certa para focar nos gerentes, porque a natureza do trabalho muda a uma velocidade impressionante, exigindo um novo conjunto de habilidades. A comunicação no trabalho, embora seja mais fácil, também se tornou mais abundante, complexa e confusa. A automação está alterando as tarefas que podem ser feitas pelo homem e pela máquina, eliminando certas funções. E a ascensão do trabalho remoto, acelerada pela pandemia, levou a um enfraquecimento nas relações. O gerente é a pessoa certa para lidar com esses desafios, o elo essencial entre a linha de frente e os líderes seniores que moldam a estratégia.
Todo poder aos gerentes é um manual para líderes seniores (foto: Desenho Editorial)
Escrito pelos consultores Bill Schaninger, Bryan Hancock e Emily Field, este livro é um manual para líderes seniores abandonarem a mentalidade de “comando e controle” que enfraquece os gerentes há tanto tempo. Para promovê-los repensando suas funções e prioridades — e não os tirando da ponta para isolá-los em um cargo de gestão. A nova liderança demanda compartilhar o poder com seus gerentes e os reimaginar no papel de conectores e coaches. Já os gerentes se identificarão com colegas que vivem as mesmas situações e dificuldades. Conseguirão enxergar a sua função na média liderança de uma perspectiva totalmente diferente.
Os gerentes estão em uma posição ideal para determinar quais são os fatores mais importantes a serem medidos, para então utilizar e traduzir dados de modo que eles — e quem está acima e abaixo deles — possam tomar as decisões ideais., também são eles que estão em melhores condições para agir com base nessas decisões.
5 motivos que fazem dos gerentes peças-chave de uma organização no século XXI:
1. Quando se reinventa o papel do gerente, o impacto que ele passa a exercer sobre o ambiente, a força de trabalho e o próprio trabalho é maior do que o impacto que qualquer outra pessoa pode exercer.
2. Ele ajuda os membros da equipe a fazer o elo entre o trabalho que realizam e os objetivos da organização e de cada indivíduo, já que isso resulta em resultados perceptivelmente melhores.
3. Auxilia cada membro da equipe a buscar novas atribuições, que lhes permitam desenvolver habilidades e experiencia, de modo a continuarem a progredir e se aproximar dos objetivos de carreira de longo prazo.
4. Desempenha um papel atuante na solução de conflitos, através de coaching e intervenções para manter clareza, respeito e eficiência nas linhas de comunicação.
5. Conecta os funcionários, ajudando-os a continuar produtivos, independentemente do que façam na empresa, seja na sede em casa, em um escritório de coworking, em uma cafeteria ou em um hotel em Bangcoc.