Mundo Livreiro: conheça Maria do Carmo e seus 15 anos de paixão pelos livros

16/12/2015
Maria do Carmo mora em Belo Horizonte e faz parte da equipe da Editora Lê (Compor, nossa distribuidora na região) há 15 anos. “Para mim, trabalhar com livros é um privilégio. Estar com um livro nas mãos sempre foi um dos meus prazeres. Portanto, há 15 anos realizo uma das coisas que mais gosto de fazer”, diz ao blog da Brinque-Book, que este ano lançou a seção Mundo Livreiro para que nossos leitores conheçam um pouco da rotina desses profissionais tão importantes para nós. Brinque-Book: Qual é a rotina de quem trabalha com livros? Maria do Carmo: No meu caso, para manter um padrão diferenciado, minha rotina começa com a manutenção do material de trabalho atualizado e em ordem - de preferência separado por “ciclos”. Isso otimiza meu tempo, e qualifica o atendimento. Faço a conferência das anotações na agenda, buscando com isso cumprir os compromissos nos horários. Certifico-me da posse do material necessário para atender a todas as solicitações, sejam para divulgação, análise e sugestões para adoções ou acervo de biblioteca. De que forma a literatura infantojuvenil preenche sua vida? Além da diversão, me remete a lembranças de momentos agradáveis à época em que compartilhava com meus filhos as aventuras dos príncipes, princesas, bruxas, duendes, etc. De outra forma, me preenche através da satisfação do alcance do meu trabalho. Com ele, posso propiciar o acesso a obras maravilhosas, para o encantamento de crianças, jovens e professores. Quando entrou em contato com os títulos da Brinque-Book e Escarlate, e o que eles representam pra você? Quando os livros da Brinque-Book chegaram à editora, eu já trabalhava como divulgadora. Desde o primeiro contato com os livros, fui envolvida por uma sensação de admiração por um material diferenciado, rico, com textos de qualidade e ilustrações que até então não conhecia. Fiz a leitura dos livros e parti para o desafio delicioso de divulgá-los. Eles agregam valor ao conjunto de livros que apresento aos clientes. Não tenho um preferido, mas destaco dois: “Raposa” e “Obax”. raposacapaobaxcapa Quais os papéis que os divulgadores podem desempenhar nas atividades de fomento à leitura? São duas vertentes. Em ambas, é imprescindível o conhecimento do produto a ser indicado, no caso, o conteúdo dos textos e o perfil do professor. Infelizmente, alguns, poucos, visam somente à habilidade de leitura como veículo para instrução moral, e didática. Se a proposta for adoção ou roda de leitura, extraio do professor o máximo de informações sobre o projeto a ser desenvolvido, como tema específico (amizade, família, meio ambiente), se o tema é livre, se o remate vai ser uma prova ou uma atividade lúdica. Sempre pergunto ao professor o prazo que os alunos terão para ler o livro, e assim facilitar a indicação pela quantidade de texto. A partir das informações, faço uma seleção apurada de sugestões, com o objetivo de que o leitor seja envolvido numa relação de interação com a obra literária, cumprindo a proposta do professor e estimulando seu imaginário. Nas escolas públicas, as indicações são para o acervo das bibliotecas. Nesse caso, através de sondagem com o bibliotecário, o divulgador tem a oportunidade de indicar várias opções que aprazem o leitor. Ao encontrar o que gosta, certamente ele se tornará um frequentador assíduo da biblioteca, desenvolvendo então o hábito de leitura. Como você enxerga o hábito da leitura em casa e em sala de aula? Em casa, se for hábito, a leitura é prazerosa. Nesses casos a escolha é feita de acordo com a preferência do leitor, por tema, pelo autor ou pelo gênero. Em sala de aula, geralmente é para apreciação de textos, atribuindo sentido a ele, comentando, conhecendo diversos gêneros, escritores, suas obras e seus estilos. Na maioria das vezes o texto é selecionado pelo professor, que compartilha com os alunos os critérios de sua escolha. De que forma os livreiros podem se preparar para se tornarem mais do que vendedores de livros, e verdadeiros divulgadores culturais? Conhecendo os produtos, promovendo atividades como contações de histórias, debates com autores, lançamentos de livros e oficinas. Quer deixar algum recado para pais, avós, e professores? Pais, avós, e professores, vocês têm um papel importante na construção do leitor literário. Sejam exemplos, leiam na sala de aula, em casa, onde todos os hábitos se formam. Contem histórias, despertem o interesse dos pequenos pelos livros. Com essas atitudes, estarão contribuindo na formação de pessoas críticas, sensíveis, sonhadoras, sociáveis, promovendo encontros, embalando sonhos, qualificando a vida, criando vínculos, numa dinâmica divertida e cheia de descobertas.
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