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Vamos recuperar a floresta?
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Dia 27 de janeiro é o aniversário dele, que nos presenteou com a metáfora de entrar no buraco atrás do coelho e cair, cair, cair, até uma dimensão onde tudo está deslocado e todo mundo é meio louco (tão adequada para os dias atuais, não?).
O criador dos livros de Alice, Lewis Carroll, na verdade se chamava Charles Lutwidge Dodgson, era tímido e acometido por uma gagueira tão severa que fazia seu lábio superior tremer.
Em homenagem a Carroll, que nasceu em 27 de janeiro de 1832, selecionamos mais cinco curiosidades que talvez nem todos saibam, introduzidos por trechos famosos de Alice no país das maravilhas (Zahar, 2013):
Ilustração de John Tenniel, presente na edição da Zahar
1) A Alice dos livros foi inspirada na menina Alice Liddell, filha do reitor do Christ Church, a faculdade onde Carroll lecionava (e que viria a ser tornar a Universidade de Oxford). O autor gostava muito de interagir com crianças e fez amizades com muitas delas ao longo da vida (assunto que ainda gera muita controvérsia), mas sua amiga mais querida foi Alice. Ele convivia com ela e suas irmãs e sempre lhes contava histórias, adivinhas e piadas. Numa tarde de verão, inventou a história que viria a ficar famosa, e Alice gostou tanto que pediu para ele escrevê-la. A primeira versão se chamava Aventuras subterrâneas de Alice e foi ilustrada pelo próprio Carroll. Alice no país das maravilhas foi publicado pela primeira vez em 1865.
Pela Companhia das Letrinhas, foram publicadas Aventuras de Alice no país das maravilhas, ilustrada por Mariana Newlands, e Alice através do espelho, ilustrada por Edu Oliveira.
Ilustração de John Tenniel
2) Não dá para afirmar se ele era louco com a mesma certeza do Gato de Cheshire, mas Carroll era bastante excêntrico, cheio de manias e muito tímido. Tanto que, segundo o estudioso Martin Gardner, que assina a introdução e as notas de Alice – Edição comentada e ilustrada (Zahar, 2013), “podia ficar horas numa reunião social sem nada contribuir para a conversa”. Durante a infância, brincava com marionetes e ilusionismo, e sempre gostou de fazer passes de mágica, especialmente para crianças.
Ilustração de John Tenniel
3) Carroll inventava enigmas de linguagem e matemática, que usava para divertir as crianças. Durante quase todo o período em que trabalhou em Christ Church, foi professor de matemática, mas, de acordo com Martin Gardner, suas aulas eram “insípidas e enfadonhas”. Apesar de não ter contribuído de maneira significativa para a ciência, publicou livros sobre lógica e matemática que são “escritos de maneira curiosa, com muitos problemas divertidos”.
Ilustração de John Tenniel
4) O autor adorava jogos de todos os tipos, especialmente “xadrez, croqué, gamão e bilhar”, diz Gardner. Também ensinava as crianças a fazer barquinhos de papel e pistolas de papel, “que estalavam quando vibradas no ar”. Tinha muito interesse pela incipiente arte da fotografia e acabou se especializando em retratos de crianças e pessoas famosas. As irmãs Liddell foram fotografadas diversas vezes.
Ilustração de John Tenniel
“Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?”
5) Os interesses de Carroll – a lógica, a matemática, os jogos, as brincadeiras com a linguagem e a convivência com as crianças – parecem ter se amalgamado “magicamente para produzir duas histórias imortais”. De acordo com Gardner, “ninguém suspeitou na época que esses livros se tornariam clássicos da literatura inglesa. E ninguém teria sido capaz de adivinhar que a fama de Carroll acabaria por suplantar a do pai de Alice e a de todos os seus colegas de Oxford”.
(Texto atualizado em 27/1/2023)
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