10 livros para conversar sobre guerra com as crianças

10/03/2022

Nas últimas semanas, com a invasão da Rússia à Ucrânia, tem sido quase impossível desviar do assunto da guerra na TV, na internet e nos jornais. E sabemos que as cenas de uma guerra que causa morte de pessoas e destruição de cidades podem gerar medo, ansiedade e dúvida nas crianças. Como aconteceu quando a pandemia começou e ao longo dos dois últimos anos, quando o luto esteve sempre por perto e sendo noticiado, a dica para falar sobre guerra com os pequenos é acolher seus sentimentos e questionamentos com carinho. Da mesma forma, é legal ser honesto e dizer para a criança que mesmo os adultos também sentem medo e não conseguem elaborar completamente tudo o que está acontecendo neste momento.

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Uma forma interessante de estender a conversa por territórios mais lúdicos e seguros é ler livros que falem sobre guerra, deixando claro que as guerras da “vida real” não são ficcionais e têm impactos profundos na vida das pessoas. Mas a ficção tende a despertar recursos emocionais que ajudam o leitor a lidar melhor com a crueza e a crueldade do mundo.

Vamos conhecer algumas opções?

 

1) Tudo sobre Anne, de Casa de Anne Frank, Companhia das Letrinhas

Criado pelo museu Casa de Anne Frank, em Amsterdã, este livro responde a perguntas feitas por crianças visitantes sobre a história da menina, que morreu em um campo de concentração por ser judia durante a Segunda Guerra, mas também se tornou uma das mais conhecidas testemunhas dos horrores da guerra por meio dos relatos de seu famoso diário. A narrativa aqui cobre desde o período de seu nascimento até sua morte, com fotografias e ilustrações, além de páginas especiais sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.

 

2) Malala e seu lápis mágico, Malala, Companhia das Letrinhas

Em seu primeiro livro infantil, a jovem paquistanesa ganhadora do Prêmio Nobel da Paz apresenta aos pequenos leitores sua história e seu ativismo pela educação das meninas. Quando era apenas uma criança no Paquistão, o maior desejo de Malala era ter um lápis mágico. Mas, seu direito à educação e sua vida foram ameaçados por homens que acreditavam que meninas não deveriam frequentar a escola.

 

3) Malala, a menina que queria ir para a escola, Companhia das Letrinhas

A jornalista brasileira Adriana Carranca foi até o Vale do Swat, no Paquistão, dias depois que a adolescente Malala Yousafzai foi baleada por membros do Talibã por defender o direito das meninas de ir à escola. Ela se hospedou com uma família local e conta neste livro-reportagem voltado para os pequenos leitores tudo o que aprendeu por lá.

 

4) Barco de histórias, de Kyo Mclear, Companhia das Letrinhas

Um dos incontáveis efeitos devastadores de uma guerra é a quantidade de pessoas que tentam fugir do local e ir para outro país em busca de sobrevivência. Estima-se que a guerra na Ucrânia já tenha deslocado cerca de 2 milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Neste livro, duas crianças em fuga mostram sua perspectiva sensível e comovente diante do deslocamento forçado.

 

5) O muro, de Peter Sís, Companhia das Letrinhas

Com o final da Segunda Guerra, a Tchecoslováquia continuou sendo um país ocupado, já que os soviéticos ocuparam o lugar dos alemães e transformaram o país em uma das repúblicas socialistas soviéticas. Peter Sís, vencedor do prêmio Hans Christian Andersen e um dos maiores nomes do livro ilustrado contemporâneo, fala de sua própria infância e adolescência nesse lugar sem liberdade, de onde não podia sair e onde tudo era regulado ou proibido, até desenhar.

 

6) Minha vida de goleiro, de Luis Schwarcz, Companhia das Letrinhas

O editor Luiz Schwarcz conta neste relato sua paixão pelo futebol, que o acompanha desde a infância. A narrativa traz ainda passagens da vida de seus pais, judeus que vieram da Hungria e da Croácia fugidos do terror nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, e da família que não conseguiu escapar..

 

7) Imigrantes e mascates, de Bernardo Kucinski, ilustrado por Maria Eugênia, Companhia das Letrinhas

O jornalista Bernardo Kucinski, filho de judeus poloneses que chegaram ao Brasil cerca de três anos antes do início da Segunda Guerra Mundial, conta neste livro de memórias a história de sua família. Parte da família de seu pai conseguiu escapar do Holocausto, mas muitos tios, primos e os avós maternos foram assassinados pelos nazistas. O autor narra também a experiência de seu pai durante a Primeira Guerra Mundial em sua cidade natal na Polônia.

 

8) A guerra do pão com manteiga, Dr. Seuss, Companhia das Letrinhas

Em geral, os motivos políticos que levam a uma guerra parecem tão esdrúxulos quanto uma discordância sobre qual o lado do pão em que se passa a manteiga. Essa é a razão para o início desta guerra, entre os povos Laranjinhas e Azuizinhos, que se acham muito diferentes e precisam guerrear para resolver quem está certo. Com texto todo rimado, um dos principais nomes da literatura infantil mundial, Dr. Seuss, aborda com ironia o absurdo dos conflitos armados.

 

9) A cidade que derrotou a guerra, de Antonis Papatheodoulou e Myrto Delivoria, Companhia das Letrinhas

Uma cidade com vida própria, em que as ruas se contorciam e exibiam novos formatos para quem chegava de avião e os quadros dos museus mudavam de acordo com o visitante, um dia dá uma bela lição em um general que queria começar uma guerra.

 

10) A Chave do Tamanho, Monteiro Lobato e Lole, Companhia das Letrinhas

Sentindo-se impotente diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial, Emília bola um plano para dar um fim ao conflito: ir até a Casa das Chaves do mundo e desligar a chave da guerra. Por engano, ela desliga a Chave do Tamanho, e todos os seres humanos ficam menores que formigas. A guerra de fato acaba, e agora é preciso reaprender a viver nessa nova ordem que obriga a adaptação a todos que quiserem sobreviver.

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