O que define um clássico? É possível ter um clássico contemporâneo? Ou apenas os cânones literários podem ser considerados como tal? Quais são ou serão os livros infantis que atravessam ou atravessarão gerações sem perder o vigor e a importância? Perguntas como essas nos levam a refletir sobre as características que tornam uma obra um clássico e a possibilidade de estarmos acompanhando, na contemporaneidade, a criação de livros que nunca terminam o que têm para dizer. Embora o termo "clássico contemporâneo" seja passível de muita discussão, fato é que alguns títulos ilustrados são marcos da produção literária atual. E quais ou como seriam eles?
A famosa história do menino Max e seu encontro com o selvagem em Where the wild things are (1963), de Maurice Sendak, publicado no Brasil como Onde vivem os monstros (Cosac Naify, 2009), é um dos primeiros títulos que vêm à mente quando pensamos em uma lista de clássicos mundiais da literatura infantil produzida no século 20. Lançado no início dos anos 1960 e publicado pela primeira vez no Brasil simultaneamente com a adaptação cinematográfica de Spike Jonze, de 2009, Onde vivem os monstros é um marco do livro ilustrado e um dos pioneiros dos clássicos contemporâneos.
Onde vivem os monstros, do escritor norte-americano Maurice Sendak, é citado pela pesquisadora espanhola Celia Turrión Penelas no livro O contrato fantástico como um exemplo de cânone contemporêno.
Quando nos concentramos na produção nacional, o título Reinações de Narizinho (Companhia das Letrinhas, 2019), publicado pela primeira vez em 1931, e considerado pelos editores “o mais clássico dos livros de Monteiro Lobato”, parece ser um dos mais expressivos da recente bibliografia infantil brasileira.
Da mesma forma, poderíamos citar como exemplos de clássicos contemporâneos obras tão díspares temporalmente quanto O Grúfalo (Brinque-Book, 1999), de Julia Donaldson, Bárbaro, de Renato Moriconi (Companhia das Letrinhas, 2013), O pato, a morte e a tulipa (Companhia das Letrinhas, 2023, originalmente de 2007), de Wolf Erlbruch, e Rã e Sapo são amigos, de Arnold Lobel (Companhia das Letrinhas, 2021, originalmente de 1970). Além desses, há inúmeros outros livros que surgiram em períodos diferentes e ainda assim guardam entre si semelhanças de linguagem, natureza temática e potencial de recepção.
O clássico contemporâneo O pato, a morte e a tulipa, que acaba de voltar às livrarias em edição da Companhia das Letrinhas, tem como tema a finitude.
A escritora espanhola Celia Turrión Penelas afirma, no livro O contrato fantástico (Editora Livros da Matriz, 2023), que os desvios da lógica e das normas sociais são alguns dos elementos que ajudam a situar esses livros no lugar de novos clássicos. "Alguns títulos, fundamentados no rompimento das leis do mundo real, do espaço e do tempo que pertence aos adultos, como os livros de Sendak, inauguraram um tipo particular de cânone contemporâneo e são chamados de clássicos modernos da literatura infantil", afirma Penelas.
O que faz um clássico ser um clássico?
Que singularidades são essas que fazem um clássico ser um clássico? E mais, o que faz determinados livros contemporâneos também serem clássicos? Nesses exemplos que lembramos aqui, percebe-se que a “idade” de um livro não necessariamente é algo determinante; obras com noventa, cinquenta ou dez anos podem ser lidos como clássicos, essa espécie de companheiros eternos do leitor.
Para Nilma Lacerda, professora da Faculdade de Educação da UFF (Universidade Federal Fluminense), pesquisadora em leitura e escrita e especialista em literatura para crianças e jovens, os livros clássicos podem ser muito modernos, uma vez que dialogam com as pessoas em cada tempo em que são lidos. “Um clássico é justo isso, um contemporâneo da essência humana, sempre a mesma, turbulenta e dividida. A literatura é uma das formas de refletir sobre tal natureza, não com a finalidade de encontrar as respostas, mas para não esquecer de perguntar. Em todas as idades, conforme o momento de cada pessoa. Um livro é para quem o lê”, declara.
Se uma obra desvela uma verdade humana, uma profunda verdade humana, ela é um clássico. Pode ter sido escrita há 2.500 anos, pode ter sido escrita há alguns meses. (Nilma Lacerda, professora e pesquisadora)
Clássico norte-americano editado no Brasil pela primeira vez em 2021, o livro Rã e sapo são amigos, de Arnold Lobel, é um testemunho do potencial de continuidade das histórias atemporais e universais.
Como identificar um clássico infantil?
Como acontece cada vez mais frequentemente em um mundo que muda a todo instante, às perguntas mais importantes faltam respostas únicas. A subjetividade está muito presente na literatura, não só do ponto de vista de quem a realiza (escritores, ilustradores, editores, tradutores), mas também de quem a recebe, ou seja, o leitor das mais variadas idades.
Então, não parece existir o que se possa chamar de “receita”, com regras fixas para avaliar se um livro pode ser considerado um clássico. Em nome da diversidade na arte, é bem-vindo que seja assim. Mas há pistas.
Ana Maria Machado, referência brasileira em pesquisa sobre literatura infantil, escreveu uma obra fundamental sobre os livros clássicos da perspectiva das publicações dirigidas à criança. Em Como e por que ler os clássicos universais desde cedo (Objetiva, 2002), ela faz um passeio pela leitura e pela história da literatura clássica, e afirma: “Muita gente fala em prazer da leitura, mas às vezes essa noção fica um pouco confusa. Claro, existe um elemento divertido, de entretenimento, em acompanhar uma história engraçada, emocionante ou cheia de peripécias. É uma das alegrias que um livro pode proporcionar — mas essa é apenas a satisfação mais simples, evidente e superficial. Há muito mais do que isso. Muito mesmo, como sabe qualquer leitor.”
Da mesma forma, o escritor ítalo-cubano Italo Calvino escreveu um dos livros mais importantes a respeito dos clássicos, e por ele é referenciado em escolas e universidades como – veja só! – um clássico. Em Por que ler os clássicos (Companhia de Bolso, 2007), o escritor afirma: “ler os clássicos é melhor do que não os ler”.
É justamente a essa obra – publicada originalmente há mais de 30 anos – que a pesquisadora e escritora Susana Ventura, autora do livro teórico Sete contos que nunca me contaram: Contos de fadas pensados, ouvidos, escritos e recontados por mulheres e também de diversos títulos de ficção, como O caderno da avó Clara, remete quando perguntamos quais características compõem um clássico infantil.
“Italo Calvino foi perfeito ao definir clássico como um livro que não terminou de dizer o que tinha para dizer. Eu acrescento: quando os criadores de um livro conseguem chegar num ponto de realização em que se distanciam da teia do tempo e do espaço ao qual esse livro originalmente pertence, está aí o clássico, capaz de continuar a dialogar ao longo dos séculos”, afirma a autora.
É possível notar ainda aspectos como universalidade de temas, atemporalidade no modo como o enredo é construído, criatividade na articulação entre as linguagens compositivas do livro (palavra, imagem, projeto gráfico, materialidade).
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Em O livro preferido de um garoto sabido, Julia Donaldson, autora de O Grúfalo, relembra os clássicos mundiais da literatura infantil
A ação do tempo e a percepção de valor da obra
Susana Ventura faz lembrar o modo como a percepção sobre o valor de uma obra vai se transformando ao longo do tempo, o que ainda deverá ser sentido em um futuro breve, já que estamos falando de uma atualidade que se renova a cada dia. “As sucessivas gerações de leitores, professores, críticos e editores concederam aos clássicos canônicos um lugar de destaque, o que faz com que aqueles livros tenham garantida a revisitação constante e as reedições. O momento presente, no entanto, está também revendo o cânone, que deve, na minha opinião, ter um alargamento bastante expressivo para as próximas décadas”, explica Susana.
As possibilidades de metalinguagem (livros de ficção sobre o valor da imaginação, por exemplo) e o diálogo entre períodos históricos também pode contribuir para incrementar o potencial de uma história. Diversos recontos publicados recentemente apostam justamente na literatura canônica, ao escolher apresentar personagens e histórias clássicas de uma maneira contemporânea.
É o caso de O livro preferido de um garoto sabido, de Julia Donaldson, publicado pela Brinque-Book. Na obra mais recente da autora do clássico O Grúfalo, o leitor encontra uma homenagem ao mundo dos livros e da imaginação, misturando gêneros ficcionais e não ficcionais. Com isso, a escritora introduz ao universo da criança de hoje alguns velhos conhecidos da literatura infantil mundial, como Cachinhos Dourados.
Se um livro conjuga aspectos como esses, ao mesmo tempo em que respeita na criança sua inteligência e sensibilidade, há grandes chances de que seja percebido como um clássico por gerações de leitores e críticos.
Nos clássicos estão parte das grandes histórias e dos melhores poemas criados pelos seres humanos e tê-los conosco amplia nossa vida interior que, no final das contas, é onde vamos buscar recursos para viver. (Susana Ventura, escritora, tradutora e pesquisadora)
Potencial para ser clássico
Se livros tivessem certidão de nascimento e RG, o critério etário não seria um impeditivo para figurarem na cobiçada lista dos clássicos infantis, já que muitas narrativas contemporâneas com apenas uma década de vida já aparecem na memória dos leitores com a mesma naturalidade com que lembram dos cânones. Então, qual o papel do tempo como critério de avaliação do valor cultural e artístico de um livro?
Saber em que contexto social, político e cultural um livro surge é importante, mas não para por aí. Observar a forma como um livro atravessa as gerações é um modo de averiguar seu potencial. Prova disso é que muitas histórias precisam de tempo para serem percebidas em toda sua importância.
É o caso de Onde vivem os monstros. Segundo a editora e pesquisadora inglesa Cathy Lowne, em um texto sobre o livro disponibilizado na Enciclopédia online Britannica, o clássico de Sendak não teve uma estreia totalmente favorável. “Embora agora considerado um clássico, Where the wild things are foi inicialmente recebido com críticas mistas, já que alguns críticos afirmaram que traumatizaria as crianças”, afirma Lowne. Por retratar uma criança que se impõe frente aos adultos, chegou a ser proibido em algumas partes dos Estados Unidos.
Um ano depois de seu surgimento, em 1964, o livro de Sendak foi premiado com a Medalha Caldecott, uma das mais relevantes da área, configurando-se como um marco da literatura infantil moderna, justamente pelos mesmos aspectos que compunham as críticas sobre ele; ou seja, a abordagem corajosa da complexidade das relações entre pais e filhos e a pungência de emoções difíceis, como a raiva. O título já vendeu mais de 19 milhões de cópias em todo o mundo.
Porém, nem todos os livros têm a sorte de uma curva ascendente, mesmo os que tiveram estreias complicadas. Para Susana, quando se pensa na vida longa – ou, ao contrário, na breve onda de sucesso – de um livro, é preciso considerar também os aspectos que podem impactar na duração de uma obra ou autor, considerando que nem tudo o que é criado pelos artistas do livro chega às mãos dos leitores, devido a uma série de questões – estruturais, sociais, editoriais, mercadológicas e políticas.
Sobreviver ao tempo e ser reeditado e relido são determinados por muitos fatores, e nem sempre o que sobrevive e está no cânone é o melhor que foi produzido. (Susana Ventura, escritora, tradutora e pesquisadora)
Confira a entrevista completa com Susana Ventura
Considerando o cânone da literatura chamada infantil, quais aspectos, na sua perspectiva, determinam se um livro é um clássico?
Susana Ventura: Italo Calvino foi perfeito ao definir clássico como um livro que não terminou de dizer o que tinha para dizer. Eu acrescento: quando os criadores de um livro conseguem chegar num ponto de realização em que se distanciam da teia do tempo e do espaço ao qual esse livro originalmente pertence, está aí o clássico, capaz de continuar a dialogar ao longo dos séculos.
Roland Barthes falava na literatura como “espetáculo de palavras”. Se tomarmos o livro para crianças e jovens, e ficando na literatura brasileira, eu diria que ora ele é “espetáculo de palavras” (Ana Maria Machado, em Bisa Bia, Bisa Bel, Helena Gomes em O jardim de Iácabus, João Carlos Martins em Assassinato na Literatura infantil, Ligia Bojunga em A casa da madrinha); ora ele é “espetáculo de imagens e projeto gráfico” (Angela-Lago em Cântico dos Cânticos e Cena de rua, Nelson Cruz em A árvore do Brasil, Roberta Asse em Mãe, quando você pensa em nada, é preto ou é branco?); ora “espetáculo de palavras, imagens e projeto gráfico” (Patricia Auerbach e Roberta Asse em Os irmãos, Alexandre Brito e Gustavo Piqueira em Muito esquisito, Roger Mello e Mariana Massarani em Inês).
Qual a importância de apresentar os clássicos para as crianças?
Susana Ventura: Como diz Ana Maria Machado (no livro Como e por que ler os clássicos universais desde cedo), os clássicos são como uma herança, verdadeiro tesouro que nos foi deixado pelo passado. Conhecê-los é se apossar desse legado. Nos clássicos estão parte das grandes histórias e dos melhores poemas criados pelos seres humanos e tê-los conosco amplia nossa vida interior que, no final das contas, é onde vamos buscar recursos para viver.
Quanto ao leitor, como você vê a recepção de livros clássicos infantis nos dias de hoje?
Susana Ventura: Vou me restringir ao Brasil e aos livros produzidos para crianças e jovens. Essa produção é “ultramediada” pelos adultos, o que se reflete na escolha de apresentar clássicos para os leitores que começam sua caminhada em meio aos livros. Por isso, a recepção é também atravessada pela percepção da cultura brasileira das últimas gerações, formada por pessoas que, atingidas pela formação leitora em ambiente escolar, selecionam um grande número de clássicos para comporem o acervo oferecido às crianças.
Em relação aos livros publicados hoje, há variados exemplos de obras significativas para a literatura infantil, já tomadas muitas vezes como clássicos – muitos deles no Brasil, como Bárbaro, de Renato Moriconi, para citar um exemplo. Na sua visão, o que faz de determinados livros contemporâneos clássicos do nosso tempo?
Susana Ventura: Essa percepção imediata de estarmos diante de um livro único, especial e que é imediatamente abraçado, mostra o acerto dos artistas e técnicos envolvidos na elaboração da obra.
Há uma fina sintonia que, por vezes, é alcançada num livro e que é percebida pelos sentidos do leitor. Volto a dizer que é fruto do conseguimento de falar sobre algo conhecido hoje, mas que também transcende o aqui-agora, e por isso nos captura.
Ilustração de Bárbaro, de Renato Moriconi, livro que completa dez anos em 2023 e é considerado um clássico contemporâneo e marco da literatura ilustrada brasileira
Quando distinguimos os tais “clássicos contemporâneos” dos clássicos canônicos, uma diferença que se percebe é como a articulação entre texto e imagem viveu muitas transformações ao longo do tempo. Nesse sentido, quais as principais diferenças entre um e outro?
Susana Ventura: Não há dúvida de que o refinamento gráfico e as possibilidades de intercâmbio entre criadores e editores dos mais diversos lugares do mundo, facilitadas pelas viagens para feiras internacionais e pelo uso da internet, ampliaram as possibilidades de se chegar a livros muito mais atraentes e a ter artistas de várias áreas participando dos processos. Mesmo assim, em se tratando de clássicos em boas edições, há achados gráficos do passado que continuam incríveis. Muitas reedições de clássicos universais no Brasil, de Maurice Sendak a Wanda Gág, mostram o vigor que foi alcançado no passado e que não envelheceu.
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As sucessivas gerações de leitores, professores, críticos e editores concederam aos clássicos canônicos um lugar de destaque, o que faz com que aqueles livros tenham garantida a revisitação constante e as reedições.
O momento presente, no entanto, está também revendo o cânone, que deve, na minha opinião, ter um alargamento bastante expressivo para as próximas décadas. (Susana Ventura, escritora, tradutora e pesquisadora)
Por outro lado, aos “clássicos contemporâneos” está colocado o desafio da continuidade, que só é obtida quando entram em conjunto boas práticas editoriais, a colaboração da reflexão acadêmica e uma dose de sorte em circunstâncias de natureza pessoal.
Azares que apagam ótimos livros são, por exemplo, artistas que morrem e não têm curadores de obra que ajam de maneira eficiente e persistente para que continuem a ser editados e estudados, editoras que desaparecem do cenário e não têm para onde enviar sua documentação de processos artísticos, desmantelamento de acervos públicos importantes, subfinanciamento e sucateamento das áreas de pesquisa ligadas ao livro infantil.
Sobreviver ao tempo e ser reeditado e relido são determinados por muitos fatores, e nem sempre o que sobrevive e está no cânone é o melhor que foi produzido, embora muito do que é excelente permaneça pela paixão despertada em seres que, individualmente, agem no coletivo em várias instâncias que possibilitem que a luz de grandes obras não se apague.
A literatura “para crianças” é mais lida hoje por adultos do que era em sua origem? Alguns autores consideram que chamar de “literatura ilustrada” já pressupõe outros leitores possíveis, além da criança. Como você enxerga essa questão dos rótulos etários?
Susana Ventura: Não há dúvida que a literatura contemporânea destinada às crianças é mais lida por adultos hoje, no Brasil, do que há quatro ou cinco décadas. Fruto do crescimento da escolarização, do resultado de décadas de esforços em programas de distribuição de livros, da conscientização da importância da leitura literária (num país em que a formação de leitores se dá majoritariamente dentro do sistema escolar) e do ressurgimento de clubes de leitura em que os adultos contam com curadoria especializada para formação de biblioteca familiar.
Rótulos etários são necessidades do mercado editorial e do sistema escolar, para relacionar o livro literário destinado às crianças e jovens à aquisição de conhecimentos e ao desenvolvimento de competências. A leitura literária, no entanto, pede que a liberdade de escolha de livros seja o mais ampla possível: uma curadoria que escute e que observe os leitores sabe “deixar ao alcance das mãos” livros para “morar dentro” (como diz com felicidade Lygia Bojunga).
Afinal, para quem é o livro “infantil” contemporâneo?
Susana Ventura: Livros são para os leitores que os encontrarem e forem encontrados por eles.
O papel de promoção do encontro cabe a nós, livreiros, editores, professores, artistas, pesquisadores, selecionadores de acervo, bibliotecários. Somos muitos e estamos dispostos à escuta. (Susana Ventura, escritora, tradutora e pesquisadora)
Que tal uma lista de 15 clássicos contemporâneos?
Para celebrar a vida longa de títulos que nasceram no nosso milênio, o Blog reuniu uma seleção (organizada por ordem cronológica decrescente) de quinze livros ilustrados publicados no Brasil a partir dos anos 2000, entre edições nacionais e estrangeiras, capazes de suscitar o potencial de clássico, e cativar leitores de todas as idades.
1. O pato, a morte e a tulipa, de Wolf Erlbruch (Companhia das Letrinhas, 2023)
Do premiado autor e ilustrador alemão Wolf Erlbruch, uma história sobre perda e luto que se tornou um dos grandes clássicos da literatura infantil mundial.
2. Espelho (Nova Edição), de Suzy Lee (Companhia das Letrinhas, 2021)
Ao lado das obras Onda e Sombra, a premiada artista Suzy Lee retrata neste livro-imagem as descobertas e aventuras de uma garota que brinca em frente a um espelho.
3. Este é o Lobo, de Alexandre Rampazo (Pequena Zahar, 2020)
Para saber onde foram parar os personagens deste livro e entender o verdadeiro sentido da história é preciso acompanhar atentamente cada aparição do lobo. A resposta, você descobre no final.
4. Chão de peixes, de Lúcia Hiratsuka (Pequena Zahar, 2018)
Guardados bem lá no fundo da memória e, com a naturalidade e a delicadeza das pinceladas em tinta sumi, faz surgir a poesia que está na simplicidade do cotidiano.
5. Lá e aqui, de Odilon Moraes e Carolina Moreyra (Pequena Zahar, 2015)
Imagem e texto se unem para contar que a separação, aos olhos de uma criança, pode ser vivida de uma maneira positiva, sem no entanto menosprezar o sofrimento inicial.
6. Lampião e Lancelote, de Fernando Vilela (Pequena Zahar, 2016)
Um dos mais premiados livros infantis brasileiros, em um encontro inusitado entre o cavaleiro da Távola Redonda do Rei Arthur e o cangaceiro Lampião.
7. Na floresta, de Anthony Browne (Pequena Zahar, 2014)
0 medo de uma criança interpretado pelo ganhador do Prêmio Hans Christian Andersen, Anthony Browne.
8. A raiva, de Blandina Franco e José Carlos Lollo (Pequena Zahar, 2014)
Dos premiados autores Blandina Franco e José Carlos Lollo, esse livro conta como um sentimento pode crescer e tomar conta de cada um. Uma história de autoconhecimento para crianças e adultos.
9. Bárbaro, de Renato Moriconi (Companhia das Letrinhas, 2013)
Neste livro-imagem, um viking muito corajoso, depois de enfrentar perigos pra lá de assustadores, encontra um inimigo ainda mais poderoso que todos os outros. Quem será esse tirano? Será ele capaz de arruinar a expedição?
10. Obax, de André Neves (Brinque-Book, 2010)
Quando o sol acorda no céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece, enquanto os homens lavram a terra e as mulheres cuidam dos afazeres domésticos e das crianças. Ao anoitecer, tudo volta a se encher de vazio, e o silêncio negro se transforma num ótimo companheiro para compartilhar boas histórias.
11. O rei e o mar, de Heinz Janisch e Wolf Erlbruch (Companhia das Letrinhas, 2010)
Reis são pessoas muito poderosas. Todo mundo sabe disso. Só que, às vezes, acontece de toparem com quem pode muito mais do que eles. Conheça aqui 21 ótimas razões para começar a duvidar do poder dos reis.
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12. Olívia tem dois papais, de Marcia Leite (Companhia das Letrinhas, 2010)
Filha de Raul e Luís, Olívia é uma menina curiosa e alegre, que adora usar palavras complicadas e desfiar grandes raciocínios quando conversa com seus dois pais. Conheça um dia da vida de Olívia, suas relações familiares e algumas de suas inquietações.
13. A visita dos dez monstrinhos, de Angela-Lago (Companhia das Letrinhas, 2009)
Um livro para as crianças que estão aprendendo os números, as letras, e que serve também para aqueles que precisam aprender a lidar com algum monstro.
14. Vizinho, vizinha, de Roger Mello, Graça Lima e Mariana Massarani (Companhia das Letrinhas, 2002)
Ele lê quadrinhos e fabrica uma cidade de papel. Ela toca clarineta e cria um rinoceronte. Os dois moram no mesmo prédio, na rua do Desassossego, encontram-se todo dia no hall do edifício e falam do tempo, mas logo cada um vai tratar da própria vida.
15. A velhinha que dava nome às coisas, de Cynthia Rylant (Brinque-Book, 2002)
Era uma vez uma velhinha que já não tinha nenhum amigo, pois todos eles haviam morrido. Por isso, ela começou a dar nome às coisas que durariam mais que ela: sua casa, seu carro, sua poltrona. Até o dia em que um cachorrinho apareceu no seu portão. Então, a velhinha acaba dando um nome ao cachorrinho, mesmo correndo o risco de sobreviver a ele.
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(Texto: Renata Penzani)