A origem do interesse da artista plástica, escritora e ilustradora paulistana Renata Bueno, 47, por ouvir as histórias de quem já anda pela vida há muito tempo repousa em um ponto imensurável da memória. A escuta de idosos começou como projeto artístico e hoje se mistura com a vida, feito um hábito adquirido. Todo o conhecimento e sentimento acumulado nessas escutas resultou no livro Manuel, Rita, Flor… (Companhia das Letrinhas, 2024), que reúne 19 histórias ficcionais inspiradas nos idosos que Renata conheceu pelo caminho entre Brasil, Holanda e Portugal. As páginas registram a essência de tantos encontros que não se explicam - nem se contam pelos meios cronológicos.
No livro, o senhor Isaías, por exemplo, conversa o dia inteiro com o papagaio Jacó, e gosta de escrever poemas em guardanapos. O Pereira tem 87 anos, gosta de pedalar bastante, mesmo nos caminhos que não levam a lugar nenhum. Dona Linda brinca enquanto come, procurando paisagens na sopa e desenhando bichos de macarrão e brócolis. “Diferentes jeitos de ser, de sentir e de viver, desenhados pelo tempo que atravessa cada um de nós”, diz o livro. Já Rui não lembra onde colocou a chave do carro, e esquece de tirar o aparelho de ouvidos para entrar na piscina. Porque tiveram suas histórias ouvidas, todos eles ganharam uma existência extra, que agora pode ser contada, cantada, reinventada. Em cada uma de suas 48 páginas, narradas em texto e em imagem, Manuel, Rita, Flor… mostra que a existência só chega ao fim quando não há mas interesse pelo outro ou pelo mundo.
"Nenhuma história do livro é verdadeira, mas todas são”, diz a autora.
“Ser honesto com um velho é não tratá-lo como uma criança. Ser honesto com uma criança é não tratá-la como alguém que não sabe nada", Renata Bueno
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Inventário de vidas, retratos de escuta
Naturalizada portuguesa, Renata vive na terrinha há oito anos. Artista visual, ela se formou em arquitetura, e desenvolve trabalhos em diferentes materiais e formatos, de livros ilustrados de ficção e não ficção, a exposições coletivas e individuais, passando por esculturas, serigrafias, colagens e sketchbooks. É autora de dezenas de livros voltados às crianças, como Macaco com rabo não troca pneu (Brinque-Book, 2023), em parceria com Sinval Medina, ilustrado por Duda van den Berg, O que é a liberdade? (Companhia das Letrinhas, 2015), Monstro que é monstro (Companhia das Letrinhas, 2012), com Fernando Almeida, Nome sobrenome apelido (Companhia das Letrinhas, 2010), com Mariana Zanetti, dentre outros.
Manuel, Rita, Flor... foi nascendo entre cafés, praças, aldeias, vilas e lares de acolhimento para idosos. Mas o interesse pela escuta daqueles que tanto já viveram - e aprenderam - começou há pelo menos 15 anos, quando a autora ainda vivia em São Paulo, capital, e saiu para dar uma volta no bairro onde morava, o Largo do Arouche, no centro. “Olhei pela janela de um casarão de esquina e vi muitos velhos. No dia seguinte, entrei lá e descobri que era uma casa de idosos. Dali em diante nunca mais deixei de desenhá-los”, relembra a autora.
Junto com um grupo de amigas também artistas, a ilustradora passou a organizar visitas a lares de idosos. No lugar do isolamento e abandono que condiz com a realidade de tantas pessoas acolhidas nesses lugares, o grupo oferecia escuta, confiança, compromisso. Desses encontros, nasceram os primeiros retratos ilustrados dos idosos, uma prática que mais tarde mudaria de endereço, mas que sempre seria marcada por uma escuta atenta. De desconhecidos, aos poucos essas figuras se tornavam presenças afetivas nas vidas uns dos outros. Uma relação recíproca.
Capa de Manuel, Rita, Flor... (Companhia das Letrinhas, 2024)
É esse patrimônio íntimo da autora, que ressoa um interesse profundamente coletivo, que está agora transformado em livro Manuel, Rita, Flor… "Este livro conta coisas que ouvi, outras que já não sei se ouvi ou inventei. Em São Caetano, em Sorocaba, em Torres Vedras. São histórias minhas misturadas com histórias de muitas outras pessoas”, conta a autora.
Hermínia, Roberto, Beatriz, Antonieta e os outros personagens narrados na obra são pessoas comuns com existências extraordinárias, como todo mundo. Cada um com características próprias: manias, talentos, comidas favoritas, bichos de estimação, dúvidas, medos, saudades. “Lembro até hoje de alguns deles, seus rostos, suas mãos, seus nomes”, conta a escritora. Juntos, eles tomavam chá, contavam causos, davam risada, às vezes trocavam algumas lágrimas. Para a autora, em tempos de relações mediadas por telas, o contato é ainda mais fundamental nessas duas etapas da vida: infância e velhice: “nada como receber o carinho das mãos da minha avó ou fazer cócegas na minha sobrinha”.
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Pelo direito de envelhecer bem e amparado
Ao aproximar dos leitores diferentes velhices que brincam com o tempo, o livro apresenta mais que retratos artísticos. Oferece, por meio da literatura, uma via de atenção a temáticas que não dizem respeito somente a famílias, mas ao modo como se envelhece nos dias de hoje. O direito ao envelhecimento saudável, os efeitos nocivos do etarismo na sociedade, e o fortalecimento do sistema previdenciário são pautas tão atuais quanto atemporais, considerando que a saúde de um país se mede em grande medida pela forma como se tratam as crianças e os idosos.
Em 2023, os registros de denúncias de abandono de idosos dobraram em todo o Brasil. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foram 22.636 registros no ano passado, contra 11.359 em 2022. Os dados apontam também para um aumento de outras formas de violência – psicológica, financeira ou material e física. A realidade brasileira naturalmente difere de muitos países, mas, em qualquer contexto cultural ou sociopolítico, oferecer direitos e cuidados básicos é algo que deve perpassar a família, o Estado e a sociedade civil.
Nesta entrevista, Renata brinca que, quando ficar velha, imagina a si mesma como as senhoras Marina e Mariana, personagens de Cecília Meireles no livro Ou isto ou aquilo, de 1990. Juntas, elas tomam chocolate quente e falam da infância. “‘Ontem, nós éramos crianças’, diz Mariana / E levam à boca as xicrinhas, Mariana e Marina, as xicrinhas de porcelana: Marina e Mariana”.
Ao repassar seu processo criativo na entrevista concedida ao Blog Letrinhas, Renata divide com os leitores como sua escolha de vida, de manter-se disponível para escutar histórias, conduziu à criação do livro Manuel, Rita, Flor…., fala das possibilidades de um livro infantil construído a partir de narrativas de idosos, da estranheza que pode surgir do convívio entre diferentes gerações e relembra episódios marcantes que inspiraram suas obras.
Confira a entrevista completa com Renata Bueno
Blog Letrinhas: Pode contar para os leitores como foi sua aproximação inicial com os idosos, tanto no diálogo quanto no processo de criação? E como a ideia foi se desenvolvendo até culminar no livro?
Renata Bueno: Desde 2009, comecei a frequentar moradias de idosos e fazer seus retratos. Eu vivia em São Paulo, no Largo do Arouche. Na época, eu e mais algumas amigas artistas conversamos com a diretora de uma moradia de idosos no centro da cidade e começamos a ir lá e fazer os desenhos. O público era de pessoas que já tinham vivido em situação de rua e velhos que não tinham família. As histórias eram duras, mas eu gostava de conhecer aquela realidade. Usava bastão de óleo e grafite naquela época, em formatos menores de papel. Lembro até hoje de alguns deles, seus rostos, suas mãos, seus nomes e, em especial, o momento exato de fazer o desenho.
“Havia alguns senhores que se penteavam, preparavam-se para aquele momento de troca. Alguns sorriam, alguns carregavam a tristeza, e eu tentava deixá-la registrada no papel. De lá pra cá, descobri que esse trabalho faz parte de minha vida", Renata Bueno
Vivi na Holanda por um ano e alguns meses. Lá, fiz retratos de um senhor quase todas as semanas depois de conhecê-lo. Tomávamos chá, conversávamos bastante e juntos montamos uma exposição numa livraria da pequena cidade onde vivíamos. Seus retratos misturaram técnicas, como grafite, colagens, nanquim. Ele tinha uma barba enorme e usava um chapéu. Mais tarde, fiz uma exposição com outros retratos, mas o título fazia referência aos encontros com o amigo holandês. “Com ou sem chapéu?”, ele me perguntava na hora de fazer o retrato. Foram tantos – a maioria com chapéu!
No Alentejo, em Portugal, comecei participando da “Festa dos Contos - Festival da Palavra”, em Montemor-o-Novo, onde durante os últimos 8 anos desenhei idosos em sessões de contadores de história. Também visitei aldeias e me reuni em cafés, centros de idosos, lares e praças onde os velhos se juntam. Fiz muitos retratos e continuo fazendo. Histórias de vida que vão se misturando com a minha. Fiz amigos. Atualmente, levo cavalete e tinta para fazer os desenhos, mas também recolho pequenos objetos, papéis, lembranças de encontros que se transformam em novas criações. Ganho também presentes que vão contando um pouco sobre o afeto dos encontros.
Manuel, Rita Flor… é um desdobramento desse trabalho de anos. As histórias, os nomes, os retratos: tudo faz parte desse percurso entre Brasil, Holanda e Portugal. Tudo faz parte desse acúmulo de olhares e histórias de vidas vividas, contadas, imaginadas, misturadas. Só tenho a agradecer a cada pessoa que doou um pequena parte de seu tempo para estar comigo criando.
Blog Letrinhas: Como foi seu processo de pesquisa para compor o livro? Você leu teorias, ficções ou outros imaginários sobre o tema? Quais foram/são suas inspirações no assunto?
Eu trabalho com a troca. Conhecer uma pessoa mais velha, olhar com cuidado para suas marcas, ouvir suas histórias. Tive o privilégio de, mais de uma vez, contar com a participação do escritor português Afonso Cruz em projetos. Ele fotografou alguns idosos, conheceu meu trabalho e escreveu bonitos depoimentos sobre a velhice e a arte. Meu companheiro Daniel Medina também tem sido muito importante. Além de acompanhar de perto, participa de encontros especiais onde criamos juntos pequenos filmes. Ele capta quadro a quadro meus traços, mas também o movimento daquele que está sendo retratado.
Renata Bueno em sua exposição Vínculo de vida
Blog Letrinhas: Quanto tem de invenção nas histórias que você traz no livro? De que forma o bom humor, que aparece como linguagem nos seus livros, entrou nesta obra?
Invento sempre formas de me relacionar com as pessoas. Às vezes, a palavra não é a única maneira de conhecer alguém. Olhar, sentir o tato, cantar junto… Não sei dizer quanto tem de invenção nas histórias do meu livro, mas sei que vivo inventando coisas na vida. A cor apareceu nesses retratos, e isso foi algo diferente pra mim. Uso muito tons de cinza e preto enquanto faço os retratos ao vivo. Mas achei que o livro devia ganhar cor. Será que a cor pode carregar o humor?
“Fiz retratos a partir de outros retratos. Brinquei de misturar tempos e pessoas, me diverti entrelaçando histórias. Chorei também, mas isso não é difícil pra mim. Quando era pequena, me chamavam de “manteiga derretida”. Eu não gostava nada, mas continuo derretendo de alegria e de tristeza", Renata Bueno
Blog Letrinhas: Em que aspectos os idosos te fascinam, artística e pessoalmente?
Meu trabalho está totalmente misturado com minha vida. Não tem um dia em que eu não trabalhe. Os velhos me chamam e eu vou a cada encontro como sendo o primeiro.
Blog Letrinhas: Você guarda alguma história especial que gostaria de compartilhar com os leitores sobre as conversas que deram origem ao livro?
Lembro de uma senhora com quem eu conversei, ainda no Largo do Arouche, em São Paulo. Quando acabei o seu desenho e mostrei, ela começou a gritar que eu era uma bruxa. Ela dizia que aquela não era ela e sim a própria mãe. “Eu não sou velha”, ela dizia. Aquele dia foi forte e difícil para mim. Lembro que outros senhores se aproximaram e ficaram ao meu lado, me protegendo. Diziam que ela era louca. Também diziam que o desenho era mesmo ela. Acho que os retratos, às vezes, podem ser como um espelho que olhamos por um ponto de vista diferente, por um ângulo não convencional. Às vezes, não nos reconhecemos. Às vezes, vemos neles outras pessoas. Quando desenho, também crio relações.
Blog Letrinhas: Como é a relação com o envelhecer na sua família e na sua experiência pessoal, principalmente nas diferenças entre Brasil e Portugal? Como você se imagina lá na frente, nessa etapa da vida?
Ver meu filho crescer é me ver envelhecer também. Já moro há quase 10 anos fora do Brasil, e cada vez mais é difícil estar longe e sentir que estou envelhecendo longe dos meus pais. Eles estão velhos e eu ainda tenho tantas histórias para viver com eles. Me imagino velha comendo figos, fazendo desenhos dos outros e, se possível, viajando. Me imagino velha acompanhada de meu marido velho passeando com um cão velho. Me imagino cercada de amigos velhos, bebendo chá em bonitas xícaras de porcelana. Me imagino velha também sozinha, fazendo autorretratos e bolhas de sabão.
Blog Letrinhas: O livro retrata pessoas cujo corpo envelheceu, mas a alma não necessariamente. Para você, o que é possível conservar conforme o tempo passa, e qual a importância da brincadeira no envelhecimento?
Envelhecer é um fato. Mas todo velho já foi jovem, e também foi criança. Lembrar do passado, para mim, é uma das maneiras de lidar com o presente. Contar as histórias, desembrulhar lembranças. Porém, o presente pode ter um valor em si mesmo. É aí que entra a arte, eu acho. A arte é capaz de transformar o presente. Quando fiz bolhas de sabão junto com a minha avó, estava criando junto com ela. A brincadeira verdadeira é uma potente forma de criação artística que pode ser trabalhada em todas as idades.
Aqui em Portugal, tive o privilégio de conhecer um senhor chamado Joaquim Fernando Micael. O Joaquim morava num lar de idosos, e recortava embalagens de medicamentos construindo personagens. Fizemos um curta-metragem sobre a sua vida e as animações usaram os recortes originais feitos por ele. Carpinteiro de papel, com produção da Praça Filmes e realização minha e do Daniel Medina, foi exibido em vários festivais, e continua emocionando adultos e crianças.
Também fiz um livro de artista chamado O circo, com os recortes do Joaquim. É um livro com uma tiragem bem pequena e todo recortado a laser. Um livro em formato sanfonado, que brinca com as memórias de um senhor que adorava ir ao circo. Fiz algumas oficinas em escolas e mostrei o processo todo de criação. É bonito ver como as crianças se identificam com os recortes, brincam com as sombras e imaginam histórias a partir da narrativa visual do livro meu e do Joaquim.
Blog Letrinhas: O poeta W. H. Auden escreveu sobre a capacidade de honestidade nas crianças, e de preservação da memória nos mais velhos. “Como os velhos, lembrar. E, como as crianças, ser honesto”. Para você, quais as conexões entre a infância e a velhice?
Acho que devemos ser honestos e lembrar das coisas com velhos e com crianças. Uma criança também tem passado, e pode sempre brincar de lembrar dele. Não gosto da maneira forçada como se costuma aproximar velhos e crianças e falar tudo no diminutivo com ambos ou não levar a sério suas opiniões.
“Ser honesto com um velho é não tratá-lo como uma criança. Ser honesto com uma criança é não tratá-la como alguém que não sabe nada", Renata Bueno
Morando fora do Brasil, quando minha avó ainda era viva, eu sentia que era muito difícil estar longe. Hoje em dia, falamos pelo celular, em vídeo, ou no computador. Mas é com os mais velhos e com as crianças bem pequenas que temos mais dificuldade de nos relacionar assim. Acho que ambos precisam do toque, da presença física. Nada como receber o carinho das mãos da minha avó ou fazer cócegas na minha sobrinha.
Blog Letrinhas: Há um senso comum de que envelhecer é voltar a ser criança – talvez pela possibilidade de viver sem tantos filtros culturais, com menos amarras. Porém, a realidade muitas vezes mostra que não é bem assim, e que é preciso cuidado para não destituí-los – ambos os grupos – de sua autonomia. Sobretudo em países desiguais, envelhecer passa por um recorte de classe social. Na sua perspectiva, o que é tornar-se velho nesse contexto?
Percebo em Portugal – e já notava também no Brasil – que há um grande abandono dos nossos velhos. As pessoas, depois dos 80 anos, principalmente aquelas com menos condições financeiras, passam a viver em contextos de muito isolamento. Felizmente, aqui em Portugal, há iniciativas que levam música, teatro e história, mas ainda me parece pouco e muitas vezes os velhos são tratados de maneira infantilizada. O encontro intergeracional, no meu ver, é fundamental. Mas é preciso cuidar para que não estejamos a criar rótulos e estereótipos.
“Não acredito em voltar a ser criança, mas acredito que a liberdade criativa das crianças pode ser reconquistada em todas as idades. Precisamos estar atentos e valorizar o outro, seja ele criança, jovem ou velho", Renata Bueno
Eu, particularmente, gosto muito de estar com pessoas mais velhas. Elas me fazem olhar para mim mesma e aprender. O tempo dos velhos é mais lento, demanda paciência. Mas, quando se percebe a sabedoria desse fazer na lentidão, sentimos um enorme prazer pela vida.
Blog Letrinhas: O debate sobre etarismo vem ganhando força nos últimos anos, principalmente em relação ao envelhecimento das mulheres. Qual a importância de levar esse tema para as crianças?
Em Manuel, Rita, Flor…, a Carol* toca nesse assunto e, para leitores atentos, pode despertar um debate sobre preconceitos. Uma mulher mais velha que o marido não deixa sair de casa. Existem realidades assim e, no meu ponto de vista, precisamos mostrar para as crianças. Eles poderão ou não reproduzir esses modelos no futuro e acho que temos a obrigação de conversar sobre isso.
“O envelhecer muitas vezes é visto de maneira apenas pejorativa. Ao valorizar nossos velhos, trazemos a auto-estima e o respeito. Cabelos brancos, rugas, histórias de vida. Se as crianças convivem com velhos criadores, elas admiram e percebem sua importância na sociedade", Renata Bueno
Blog Letrinhas: Por fim, como você vê a representação dos idosos na literatura? Você tem personagens favoritos nesse perfil?
Renata Bueno: Eu adoro as duas velhinhas da Cecília Meirelles. Mariana e Marina sentadas na varanda tomando chocolate com xícaras de porcelana e falando sobre a vida. Me imagino como elas! Também as imagino quando crianças brincando juntas na escola. Amizades que duram uma vida. A Cremilda Medina também escreveu um livro que eu gosto muito. Casas da viagem percorre sua vida através das lembranças e histórias das casas por onde viveu. É emocionante fazer parte de uma vida com tantos laços afetivos. A leitura nos faz rir e chorar, como é a beleza da vida.
(Texto: Renata Penzani)