Livros sobre avós para falar sobre família, memória e afeto

20/07/2024

Há quem diga que ser avó é “ser mãe com açúcar”. 

Amar sem ter a obrigação de cuidar e educar o tempo todo. Ser colo e aconchego e, de quebra, ainda ter a melhor comida do mundo. Sem falar da permissão para pequenas transgressões… Afinal, em casa de vó pode tudo - ou quase tudo. Está permitido comer a sobremesa antes do jantar. Ou pular no sofá. Ou ficar acordado até bem depois do jantar... 

Ilustração de avó em 'O jardim da minha baba'

Em O jardim da minha baba (Pequena Zahar, 2024) o retrato sensível da avó polonesa nos pequenos rituais compartilhados com o neto

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É por essas e outras que avós e avôs costumam estar presentes nas mais ternas memórias de infância, deixando um pouco de si (e muitas histórias) para sempre em seus netos. E a literatura infantil tem muitas obras que se inspiram nesse vínculo único. Veja livros que retratam com sensibilidade a beleza dessa relação entre gerações que perpetua tradições familiares e mostra que o amor não passa só de pai para filho - mas principalmente de avós para netos:

Bento, vento, tempo (Companhia das Letrinhas, 2024), de Stênio Gardel com ilustrações de Nelson Cruz

Capa de 'Bento vento tempo'

A passagem do tempo é implacável - até para o vovô Cacá. O neto tem notado as mudanças: ele está mais calado, retraído e cada vez mais esquecido... Até que avô e neto partem para um passeio de bicicleta com destino à feira, que se transforma em uma visita ao passado. Uma jornada contada em cordel que fala do poder das imagens e da preservação das lembranças para ajudar a "desesquecer" . E da persistência de um neto que quer que o avô se lembre de si mesmo. 


O jardim da minha baba (Pequena Zahar, 2024), de Jordan Scott e Sydney Smith

Capa de 'O jardim da minha baba'

Um relato emocionante e cheio de ternura sobre a relação construída entre uma avó e seu neto. Ela, imigrante polonesa. Morava em uma pequena casa que já fora um galinheiro e mal falava a língua do menino. Mas eles conseguiam se entender por gestos, toques e rituais compartilhados - como a caça às minhocas que acontecia depois de cair a chuva. Com ilustrações que parecem fotografias tiradas pela memória, a narrativa nos coloca como testemunhas da cumplicidade entre a avó e o neto, mostrando a beleza que há quando chega a hora de cuidar de quem já nos cuidou.


O anjo da guarda do vovô (Companhia das Letrinhas, 2024) de Jutta Bauer 

Capa de 'O anjo da guarda do vovô'

Este clássico dos livros ilustrados mostra, em uma narrativa articulada entre texto e imagem, como as memórias do avô podem ser ressignificadas. Dos tempos de criança às aventuras da juventude, se apaixonando, depois se tornando pai, tudo ganha um novo significado com a atuação do anjo da guarda do vovô. 


Colo de avó (Brinque-Book, 2016), de Roseana Murray 

Capa de 'Colo de avó'

Em uma poética homenagem a todas as avós, este livro mostra as diferentes formas como a relação com os netos pode ser construída - assim como há variadas formas de ser vovó. Há avós de consideração, avós que moram perto, que moram muito distantes. Tem a avó da máquina de costura, a que se amarra no mastro para brincar de pirata com os netos, a que se encanta com passarinhos…


As fantásticas aventuras da vovó moderna (Companhia das Letrinhas, 2016), de Leo Cunha e Marta Lagarta com ilustrações de Laurent Cardon

Capa de 'As aventuras da vovó moderna'

O vovô Astolfo ficava tão parado que corria o risco de enferrujar. Ele vivia na sacada “o tempo todo sozinho enquanto o tempo passava.” Determinada a fazê-lo romper a inércia, a vovó moderna - que é uma dessas avós que passam longe de usar coque na nuca e óculos no nariz - faz tudo o que pode para fazê-lo voltar à ativa - tudo mesmo!


Vovô verde (Companhia das Letrinhas, 2013), de Lane Smith

Capa de 'Vovô verde'

Há muitas formas de cultivar lembranças e eternizar o que é importante. Este vovô escolheu um caminho bem particular: a jardinagem. É através do cuidado com as plantas que ele vai deixando registrados os principais capítulos de sua vida. Um livro sobre memória, envelhecimento e os relacionamentos que vamos construindo ao longo da vida.


Vovó veio do Japão (Companhia das Letrinhas, 2018), de Janaina Tokitaka, Mika Takahashi, Raquel Matsushita e Talita Nozomi 

Capa de 'Vovó veio do Japão'

Uma obra que é fruto do trabalho coletivo entre grandes autoras e que celebra a importância - e o poder - das memórias que atravessam gerações. São quatro avós que, por meio de seus dotes na cozinha, transmitem às suas netas histórias e tradições do Japão que desembarcaram no Brasil com os imigrantes - e que continuam a  fazer parte da herança e da cultura de tantas famílias  por aqui.


Como ser babá do vovô (Companhia das Letrinhas, 2013), de Jean Reagan com ilustrações de Lee Wildish 

Capa de 'Como ser babá do vovô'

Aqui os papéis se invertem: é o neto quem cuida do vovô. Quando o papai e a mamãe saem para trabalhar, é o pequeno quem diz: “Não fique assim, vovô. Daqui a pouco, eles voltam”. Também é o neto quem prepara o lanche do avô - com o cuidado de oferecer azeitonas sem caroço! - e dá dicas de como passear com o vovô, desenhar com o vovô, entreter o vovô…

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