Uma médica e um executivo respeitados, bem-sucedidos profissionalmente, são confrontados com um fato para o qual jamais poderiam ter se preparado: seu filho cometeu um assassinato. Que tipo de lealdade um pai e uma mãe podem expressar diante desse horror inimaginável?
Uma médica e um executivo respeitados, bem-sucedidos profissionalmente, são confrontados com um fato para o qual jamais poderiam ter se preparado: seu filho cometeu um assassinato. Que tipo de lealdade um pai e uma mãe podem expressar diante desse horror inimaginável?
Harald e Claudia estão vendo televisão quando recebem a notícia de que seu filho, Duncan, está detido por ter cometido um crime. Pais dedicados, para eles a notícia é literalmente inacreditável. Aos poucos, porém, são obrigados a aceitar o que ninguém - nem mesmo o próprio Duncan - contesta: seu filho é um assassino. A história que se segue seria apenas um drama familiar e um thriller de tribunal, não fossem as contradições decorrentes do lugar e do momento em que se desenrola: a África do Sul pós-apartheid, um país que tenta se livrar dos fantasmas do passado numa transição política surpreendentemente pacífica, em meio a uma onda de criminalidade sem precedentes, que leva muitos cidadãos a se armar para proteger-se. Harald e Claudia pertencem à classe média branca sul-africana. Apolíticos, jamais ousaram protestar contra o regime brutal da era pré-Mandela. Agora que, como a classe a que pertencem, vêem-se ameaçados pelo crime, constatam que o próprio filho é um criminoso. É nesse novo mundo em que todas as certezas estão sendo questionadas que Harald e Claudia terão de reaprender a viver. Repleta de ironias e reviravoltas, esta história é marcada pelo tom desapaixonado e pela inteligência implacável de Nadine Gordimer, prêmio Nobel de Literatura em 1991.