Um ex-fotógrafo de guerra resolve pintar um mural em busca da imagem que suas lentes não puderam captar, tentando desvendar os fios secretos que movem a matança desde o princípio dos tempos. Uma ficção admirável e envolvente, escorada na veracidade de quem esteve lá, disparando cliques entre balas.
Um ex-fotógrafo de guerra resolve pintar um mural em busca da imagem que suas lentes não puderam captar, tentando desvendar os fios secretos que movem a matança desde o princípio dos tempos. Uma ficção admirável e envolvente, escorada na veracidade de quem esteve lá, disparando cliques entre balas.
O consagrado escritor Arturo Pérez-Reverte, autor de um dos maiores best-sellers da Europa - a série do Capitão Alatriste -, traz neste O pintor de batalhas um profundo "romance de idéias". A história começa em pleno retiro de um ex-fotógrafo de guerra, o espanhol Andrés Faulques, que depois de trinta anos de carreira de sucesso abandonou as câmeras para dedicar-se à pintura de um grande mural em que tenta representar aquilo que escapou às suas lentes: a essência da guerra. Logo seu isolamento é interrompido pela chegada de um visitante inesperado, Ivo Markovic, ex-combatente croata que ele fotografou, e cujo retrato se tornaria símbolo internacional da resistência. O que Faulques não sabe é que essa foto teve conseqüências terríveis para o fotografado, e a única coisa que o manteve vivo foi a idéia de se vingar do fotógrafo.
Os encontros dos dois personagens e seus diálogos tensos diante da pintura em curso logo se revelam o fio condutor do romance, ao qual se entrelaça o da memória do pintor. Com essa matéria, Pérez-Reverte, ele próprio ex-fotógrafo de guerra, construiu seu romance mais reflexivo e autobiográfico. Uma obra que, sem decepcionar seu público afeito às grandes aventuras, trabalha com sofisticada maestria questões fulcrais da condição humana contemporânea.
O pintor de batalhas venceu o prêmio Vallombrosa Gregor von Rezzori de 2008.