Um dos mais renomados teóricos brasileiros da literatura se dedica ao problema das fronteiras entre a história, a ficção e a literatura - terreno pantanoso desde que se passou a realçar o quanto a escrita da história depende de recursos literários.
Um dos mais renomados teóricos brasileiros da literatura se dedica ao problema das fronteiras entre a história, a ficção e a literatura - terreno pantanoso desde que se passou a realçar o quanto a escrita da história depende de recursos literários.
História. Ficção. Literatura traz as respostas originais de Luiz Costa Lima a um desafio teórico polêmico. Por sua condição necessariamente discursiva, a historiografia não pode prescindir da interseção com os domínios da ficção e da literatura. Mas será isso suficiente para reduzi-la a uma espécie de discurso ficcional?
Para o autor, é preciso destacar as diferentes metas que orientam a escrita da história e a ficção. Assim como a ficção extrapola o domínio da literatura, a história responde a uma necessidade específica do ser humano: conhecer o seu passado.
Sem negar que esse conhecimento não se realiza senão num discurso, Costa Lima ressalta que a história reivindica uma veracidade estranha à ficção. Se o discurso ficcional se caracteriza pela porosidade, o historiográfico trabalha com uma verdade sem poros, numa aporia que ameaça converter-se em blindagem contra o autoquestionamento.