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O PAI DE FAMÍLIA

Roberto Schwarz

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/ À vista

Apresentação

Publicados originalmente em 1978, os ensaios de crítica literária e cultural de O pai de família constituem uma crônica profunda tanto das transformações que a ditadura imprimia à vida brasileira como das reações - felizes ou desencontradas - à modernização autoritária.

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Ficha Técnica

Título original: O pai de família Páginas: 184 Formato: 14.00 X 21.00 cm Peso: 0.272 kg Acabamento: Livro brochura Lançamento: 27/05/2008
ISBN: 978-85-3591-230-2 Selo: Companhia das Letras Ilustração:

SOBRE O LIVRO

Publicados originalmente em 1978, os ensaios de crítica literária e cultural de O pai de família constituem uma crônica profunda tanto das transformações que a ditadura imprimia à vida brasileira como das reações - felizes ou desencontradas - à modernização autoritária.

Às vezes, as datas dizem muito. Escritos entre 1964, ano do golpe, e 1978, quando o autor retorna do exílio francês, os ensaios reunidos em O pai de família constituem uma tentativa de resposta rigorosa e dialética aos dilemas que a conjunção de autoritarismo e modernização impunha tanto à vida política de todos como às posições clássicas da esquerda.
Para dar conta do recado, Schwarz criou uma prosa singular, misturando a dicção vernácula de um Mário de Andrade às figuras argumentativas de um Theodor Adorno. Aqui, como na guerrilha, a regra fundamental é não permitir que se adivinhe o próximo movimento, donde o ziguezague do cinema de Ruy Guerra à arquitetura de Cristina Barbosa, de um perfil de Anatol Rosenfeld à ficção de Paulo Emílio Salles Gomes, da tradução oportuna de um conto de Kafka à pseudotradução de uma certa Bertha Dunkel.
Crítica militante? Não exatamente. Os ensaios de Schwarz são antes regidos pelo esforço quase paradoxal de reflexão no calor da hora e parecem menos interessados em tomar posições inabaláveis do que em promover deslocamentos - conceituais, políticos e estéticos. À maneira, quem sabe, de João Gilberto, que "esfria sambas e boleros e os canta distanciadamente", à maneira de um Brecht baiano, brasileiro mas dialético.

Sobre o autor