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/ À vistaNeste lançamento do selo Quadrinhos na Cia, os segredos e angústias de uma família vêm à tona quando o casal Maggie e David Loony decidem se separar. Um encontro entre pais, filhos e netos revela, num misto de drama e comédia, as dinâmicas sutis e nem sempre acolhedoras da vida familiar.
Neste lançamento do selo Quadrinhos na Cia, os segredos e angústias de uma família vêm à tona quando o casal Maggie e David Loony decidem se separar. Um encontro entre pais, filhos e netos revela, num misto de drama e comédia, as dinâmicas sutis e nem sempre acolhedoras da vida familiar.
Casados há quarenta anos, Maggie e David Loony decidem se separar. Vivendo isolados numa casa de praia, afastados dos filhos, os dois anunciam que não se amam mais. A notícia inesperada é motivo para a família se reunir depois de muito tempo, e pela última vez.
Como fantasmas se arrastando silenciosamente pela casa, Maggie e David não amenizam o sofrimento dos filhos com desculpas ou explicações; apesar da dor escancarada, estão convictos sobre o divórcio.
Dennis, o mais velho, inicia uma procura alucinada por pistas que o ajudem a entender os motivos da separação. Passa os dias revirando baús empoeirados, arrastando-se por túneis escondidos pela casa e decifrando cartas antigas trocadas pelos pais. Na tentativa de encontrar respostas para suas angústias, ele se vê obrigado a refletir sobre seu próprio casamento.
Claire, a filha do meio, aceita com calma a separação. No entanto, essa aparente tranquilidade esconde uma mãe temerosa, aflita com tudo que diz respeito à filha, Jill. Os dias na casa da infância servirão para que ela se reaproxime da adolescente.
É o caçula Peter, no entanto, quem melhor representa o lado disfuncional da família Loony - os "Loony Buraco Negro", em que "cada membro é uma entidade flutuante e separada dos outros membros". Solitário, ele se considera o "clichê do caçula", um estranho para o resto da família. Retratado como um sapo, vive numa luta infinita contra a insegurança paralisante.
Escrito quando Dash Shaw tinha 23 anos, Umbigo sem fundo narra com maturidade surpreendente - e uma boa dose de humor - os conflitos individuais e familiares dos Loony que vêm à tona com o divórcio. Sem complacência, o autor investiga os movimentos mais sutis e os aspectos mais recônditos que tornam único o sofrimento de seus personagens. Com maestria, Shaw utiliza recursos como espaços em branco, variação no tamanho dos quadrinhos e cortes rápidos em cenas simultâneas que dão à narrativa um ritmo que é a um só tempo dinâmico e suave, em que a delicadeza do traço revela cargas máximas de tensão.
Ao final, as imagens detalhadas de Shaw mostram que há algo insondável nas relações humanas, como a misteriosa decisão dos velhos Loony em que só eles são capazes de entender.
"Há muitas coisas para gostar em Umbigo sem fundo: diálogos realistas, uma ligação emocional entre os personagens, desenhos com um vigor maravilhoso [...] A maioria das decisões criativas de Shaw [...] deixa o leitor simplesmente maravilhado com seu trabalho." - The New York Times
"Umbigo sem fundo se tornou o romance gráfico do ano, combinando exuberância juvenil, uma narrativa inteligente e experimentações visuais." - New York Magazine