Obra fundamental de um dos nomes mais importantes das letras alemãs no século XX, influência maior de Franz Kafka, e reverenciado por autores como Walter Benjamin, Elias Canetti, J.M. Coetzee e Susan Sontag, ganha primeira tradução para o português.
Obra fundamental de um dos nomes mais importantes das letras alemãs no século XX, influência maior de Franz Kafka, e reverenciado por autores como Walter Benjamin, Elias Canetti, J.M. Coetzee e Susan Sontag, ganha primeira tradução para o português.
Por mais de meio século, o nome de Robert Walser esteve mais ligado à obra de Franz Kafka que à sua própria. A partir de 1913, quando o escritor tcheco lançou seu primeiro livro, Contemplação, diversas resenhas compararam sua prosa à do já então conceituado autor suíço. O austríaco Robert Musil foi dos primeiros a estabelecer esse vínculo. Para ele, a prosa curta kafkiana mais parecia "um caso particular do tipo Walser". A comparação perduraria por décadas e acabaria, inadvertidamente, por ocultar o gênio de Walser sob a sombra avassaladora de Kafka.
Além de identificar certo parentesco entre a obra dos dois escritores, a resenha de Musil inaugurou uma extensa galeria de ilustres admiradores confessos do escritor suíço. Para citar apenas alguns, ela inclui Thomas Mann e Elias Canetti, Walter Benjamin e Susan Sontag, W. G. Sebald e J.M. Coetzee, além, é claro, do próprio Franz Kafka.
Composto sob a forma de diário, e publicado em 1909, o relato da trajetória do jovem de origem supostamente nobre que ingressa no Instituto Benjamenta para aprender a servir é, hoje, considerado uma das obras-primas da literatura ocidental. Walser escreveu-o ao longo de 1908, em Berlim, onde, três anos antes, chegara a frequentar ele próprio instituição semelhante. Recheado de elementos autobiográficos, o diário de Jakob von Gunten descreve seu relacionamento conflituoso com o colega Kraus, modelo absoluto de humildade e subserviência, e com os misteriosos proprietários da instituição educacional: o diretor e sua enigmática irmã, mestra adorada.
Do conflito do jovem Jakob entre uma suposta grandeza de berço e a certeza de que não será nada na vida, entre o orgulho familiar e o aprendizado da humildade, Walser extrai uma das narrativas mais intrigantes do século XX. Hoje, crítica e público percebem diferentemente o parentesco que o une ao escritor tcheco: como Kafka, Walser é um mestre, modelo e fonte de inspiração para alguns dos maiores escritores do nosso tempo.
"Walser é um visionário das pequenas coisas." - W. G. Sebald
"As figuras humanas de Robert Walser partilham sua nobreza infantil com os personagens dos contos de fadas." - Walter Benjamin
"Walser extrai de sua experiência o material para seus romances. No caso de Jakob von Gunten, essa experiência sofre uma maravilhosa transmutação." - J.M. Coetzee
"Seu repúdio profundo e instintivo a tudo quanto é 'elevado' faz de Robert Walser um poeta fundamental do nosso tempo, a quem o poder sufoca." - Elias Canetti
"É um escritor verdadeiramente magnífico e pungente." - Susan Sontag