Relato sobre a Editora Globo, criada na década de 1920, em Porto Alegre, o livro fala de um espécime raro e fascinante, o editor à antiga - aquele que inventa uma editora e constrói seu catálogo. Prefácio de Luís Fernando Verissimo.
Relato sobre a Editora Globo, criada na década de 1920, em Porto Alegre, o livro fala de um espécime raro e fascinante, o editor à antiga - aquele que inventa uma editora e constrói seu catálogo. Prefácio de Luís Fernando Verissimo.
Logo no início de Um certo Henrique Bertaso, Erico Verissimo diz que vai "Contar o que faziam entre fins de 1922 e 1930 - um em Porto Alegre e o outro em Cruz Alta - dois homens que um dia viriam a encontrar-se para juntos se lançarem numa aventura editorial [...]". Quando a história começa, em 1922, os dois "homens" são adolescentes: Henrique Bertaso, dezesseis anos, "com tempo demais a pesar-lhe nas mãos e no crânio", é posto pelo pai, um dos principais sócios da Livraria do Globo, a trabalhar durante as férias como caixeiro da livraria. Em Cruz Alta, Erico Verissimo, dezessete anos, começa a trabalhar para se sustentar. O amor pelos livros e pela literatura reunirá os dois dali a algum tempo na construção de uma das mais belas e importantes editoras que o país já teve - matriz de um modelo de casa que teria papel decisivo no amadurecimento cultural do país.
O grupo de intelectuais congregados em torno da Editora Globo e da Revista do Globo, com Erico Verissimo (conselheiro editorial) e Henrique Bertaso (editor) conduzindo a "publicadora", foi responsável pela construção de um importante catálogo de obras contemporâneas brasileiras e estrangeiras e pelo estabelecimento de um novo patamar de qualidade nas traduções.