Parte saga familiar e parte tragicomédia de costumes, Wilson, uma das mais celebradas graphic novels dos últimos anos, traça um retrato ferino e divertido do egoísta moderno.
Parte saga familiar e parte tragicomédia de costumes, Wilson, uma das mais celebradas graphic novels dos últimos anos, traça um retrato ferino e divertido do egoísta moderno.
Wilson ama seu cão. Sorte do animal, pois parece ser a única criatura viva a merecer tal distinção de seu dono. Para este senhor de meia-idade, os outros não passam de um inconveniente necessário.
Como qualquer pessoa, porém, Wilson busca algum tipo de ligação com sua espécie. Sem jeito para a vida social, aborda estranhos em cafés, ônibus e na rua, com longas preleções sobre o que vê de errado na política, nos esportes e, basicamente, em qualquer tema da alma humana.
A morte de seu pai, no entanto, intensificará essa busca. Numa comovente e divertida tragicomédia de erros, Wilson irá atrás de sua ex-mulher, que, segundo os últimos rumores, teria se entregado às drogas e à prostituição. Ao lado dela, irá buscar a filha perdida, entregue à adoção anos atrás.
A partir desse núcleo familiar incomum, Daniel Clowes, um dos mais importantes quadrinistas em atividade, esmiúça a vida social americana e traça um retrato complexo e fascinante do egoísta moderno.
Genuinamente engraçado e de uma inteligência ferina, Wilson é também alheio ao mundo que o cerca e às regras que regem o bom convívio entre as pessoas. Diz o que pensa, quando pensa e a quem estiver no seu caminho.
Contada em vinhetas de uma página, cujo estilo se alterna entre o realista e o cartunesco, Wilson é a primeira história de Daniel Clowes publicada primeiramente em livro (seus trabalhos anteriores foram lançados como séries na revista Eightball).
A cada uma dessas vinhetas, conhecemos uma nova faceta de Wilson, um novo caminho que sua mente perturbada pode tomar. O conjunto, no entanto, revela um personagem denso e rico, tão cômico quanto triste, tão complexo quanto óbvio. Um herói dos nossos tempos.