A partir de um acontecimento fantástico e hilariante, o moçambicano Mia Couto elabora uma narrativa fabular, que combina oralidade e erudição, poesia e política, magia e ciência, em um romance onde a África arcaica e a modernidade do mundo Ocidental se colocam em embate.
A partir de um acontecimento fantástico e hilariante, o moçambicano Mia Couto elabora uma narrativa fabular, que combina oralidade e erudição, poesia e política, magia e ciência, em um romance onde a África arcaica e a modernidade do mundo Ocidental se colocam em embate.
Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal. Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente. O autor elabora uma crítica ácida aos semeadores da guerra e da miséria, mas também uma história em que poesia e esperança dependem da capacidade narrativa de contar a própria história com vozes africanas autênticas. Só elas sabem que o vôo do flamingo faz o sol voltar a brilhar depois de um período de trevas e opressão.