Num diálogo livre com a reflexão de Hannah Arendt, Lafer examina o alcance de tragédias como o nazismo e o stalinismo, identificando a ruptura da tradição dos direitos humanos como marco do surgimento dos regimes totalitários.
Num diálogo livre com a reflexão de Hannah Arendt, Lafer examina o alcance de tragédias como o nazismo e o stalinismo, identificando a ruptura da tradição dos direitos humanos como marco do surgimento dos regimes totalitários.
Na tradição ocidental, o ser humano sempre foi tido como um valor ético fundamental, e, a partir do século XVIII, as Declarações de Direito passaram a indicar a maneira pela qual a sua proteção jurídica iria afirmar-se politicamente como o critério de justiça e legitimidade. Daí a idéia do aperfeiçoamento da convivência social por meio da expansão dos direitos humanos - um dos legados da modernidade, tanto na sua vertente liberal quanto na sua vertente socialista.
Como se explica, então, a descartabilidade do ser humano posta em prática pelos regimes totalitários que surgiram no século XX, que assim corporificam uma ruptura com a tradição e as esperanças da modernidade? Por que também hoje, depois da derrocada do nazismo e da rejeição do stalinismo, continuam a persistir situações de todo tipo que não deixam as pessoas à vontade e em casa num mundo que lhes deveria ser comum?
Essa é a temática deste livro de Celso Lafer, que, num diálogo livre com a reflexão de Hannah Arendt, examina, na primeira parte, o alcance das descontinuidades geradas pela modernidade, propondo, na segunda, caminhos para a reconstrução dos direitos humanos.
"Não é freqüente um estudo tão denso e profundo quanto este, que marca o ponto alto de uma carreira intelectual construída com rara eficácia, graças à tenacidade com que Celso Lafer se aplicou à aquisição do saber e à capacidade com que sempre desenvolveu a reflexão." Antonio Candido
Prêmio Jabuti 1989 de Melhor Ensaio e Biografia.