Sente-se numa poltrona confortável e partilhe do olhar arguto de um espectador muito especial: Luis Fernando Verissimo. Em Banquete com os deuses, o escritor gaúcho divide com o leitor 73 crônicas divertidas, ternas e peculiares sobre sua relação com a arte e a cultura. Ele tinha cinco anos, quando assistiu a "Paixão de Cristo", no colo da empregada, no velho cinema de sua cidade. "Que marcas terá deixado no espírito do autor aquela conjunção de apelos, o martírio do Senhor e o colo da empregada?", pergunta-se Verissimo ao recordar-se do início de sua grande paixão pelo cinema. Para o adolescente era o beijo dos atores que intrigava nos filmes de censura livre: eram de verdade ou existia algum truque? Em suas aventuras literárias, o autor cria em No céu uma hilária e inusitada conversa entre o descrente Italo Calvino, Jorge Luis Borges e Nabokov enquanto bebem um chá - "a única bebida para passar a eternidade, segundo Borges, embora Calvino argumente que algo mais forte faria a eternidade passar mais depressa" . Banquete com os deuses reúne textos assim. Lembranças do menino sensível e seu deslumbramento diante da magia da grande tela. Confissões de um cinéfilo entusiasta, falando dos filmes, astros e estrelas que marcaram sua vida. Impressões do leitor voraz ao longo de suas aventuras literárias. Devaneios de um amante da música, melodiosos como um bom improviso de jazz. Truffaut, Fellini, Chaplin, Flaubert, Marquês de Sade, Miles Davis, Cartola, Chico Buarque, Chet Baker, Salvador Dali estão todos aqui, neste livro em que Verissimo celebra suas grandes paixões e faz do leitor um convidado especial.