No México, uma jovem mãe de duas crianças pequenas tenta escrever um romance sobre sua juventude em Nova York e a obsessão que tem por um excêntrico e obscuro poeta mexicano, Gilberto Owen - que viveu na mesma cidade nos anos 1920. A presença quase fantasmagórica do poeta envolve a narradora com frequência. A vida familiar da jovem rui lentamente, assim como a de Owen ruía tantas décadas antes. Enquanto busca recriar a biografia do escritor conterrâneo, a voz da narradora, outrora tradutora de livros estrangeiros em uma pequena editora nova-iorquina, começa a dar lugar à voz do próprio Owen. O espectro de um poeta desiludido e à beira da morte vai tomando forma e sua fala gradualmente ocupa seu espaço na narrativa, para contar ele próprio sua trágica jornada. Nestas vozes entrelaçadas estão histórias distantes no tempo, mas próximas na essência: vidas em constante movimento, que recordam seu passado enquanto procuram reagir às dificuldades do presente. Tanto a narradora quanto Owen, falecido em 1952, abordam os temas de identidade, desintegração e perda. Segundo a revista Vanity Fair, o livro é "uma coleção de fragmentos polidos, perfeitos, que se encaixam formando uma história tridimensional". A inventiva estrutura de narração de Valeria Luiselli faz de Rostos na multidão um romance multifacetado e emocionante, fruto de uma das vozes mais surpreendentes da nova literatura latino-americana.