Leitura de Verão: Poesia

21/12/2017

Qual vai ser a sua leitura de verão? Se você ainda está na dúvida, sugerimos alguns dos melhores lançamentos em poesia de 2017 para você passar o verão em boa companhia. ?

Da poesia, de Hilda Hilst

Hilda Hilst é a homenageada da próxima Festa Literária Internacional de Paraty, então esta é uma dica certeira para aproveitar bem o verão. Da poesia reúne pela primeira vez toda a sua obra poética, produzida ao longo de 45 anos, com mais de 20 títulos, uma seção de inéditos e fortuna crítica. O material contém posfácio de Victor Heringer, carta de Caio Fernando Abreu para Hilda, dois trechos de Lygia Fagundes Telles sobre a amiga e uma entrevista cedida a Vilma Arêas e a Berta Waldman, publicada no Jornal do Brasil em 1989. A poesia de Hilda - que ganha forma em cantigas, baladas, sonetos e poemas de verso livre - explora a morte, a solidão, o amor erótico, a loucura e o misticismo. Ao fundir o sagrado e o profano, a poeta se firmou como uma das vozes mais transgressoras da literatura brasileira do século XX.

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Câmera lenta, de Marília Garcia

Depois de Teste de resistores, Marília Garcia dá continuidade à sua pesquisa sobre o processo poético. Na última parte de Câmera lenta, ela se dedica a uma profunda análise sobre as hélices do avião e sobre a vontade de decifração. O poema, aqui, é o lugar para experimentar, exercitar o pensamento “ao vivo” e testar procedimentos novos, sempre em aberto. Para Italo Moriconi, que assina a orelha, trata-se de uma “poética desbravadora, sofisticada, antenada”. Um livro de uma das vozes mais originais da poesia contemporânea que reflete sobre as múltiplas espirais da linguagem.

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Poliedro, de Murilo Mendes

Além de começar a publicar a obra de Hilda Hilst, em 2017 a Companhia das Letras também teve a obra de Murilo Mendes inclusa em seu catálogo. Profundo conhecedor de artes visuais, fascinado por Mozart e por Nijinski, o poeta mineiro reúne erudição singular e múltiplos interesses. Em Poliedro, seu largo horizonte intelectual se desenvolve em fragmentos que se aproximam dos aforismos e dão novos ares à prosa lírica, numa mistura de reflexão, memória, poesia, ensaio e verbete. Dividido em quatro partes — “Microzoo”, “Microlições de coisas”, “A palavra circular” e “Texto délfico” —, Poliedro foi publicado em 1972, três anos antes da morte de Murilo Mendes. Nesse livro, um dos poucos voos em prosa do consagrado poeta, a reformulação da linguagem e o constante diálogo entre arte e pensamento são elementos centrais. Para Carlos Drummond de Andrade, trata-se de um “fruto saboroso da cultura brasileira confrontada com valores universais”.

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50 poemas de revolta

Organizado pelos editores da Companhia das Letras, 50 poemas de revolta foi nosso último lançamento de 2017. De Mário de Andrade a Adelaide Ivánova, a antologia reúne poemas brasileiros clássicos e contemporâneos que denunciam, cada um a seu modo, os tempos sombrios em que vivemos. Desigualdade social, racismo, machismo, incontáveis modalidades de opressão e intolerância: esses são os temas tratados pelos 34 poetas brasileiros que estão nesta edição. Os poemas que compõem esta seleta por vezes revelam uma ponta de esperança; outras vezes, mergulhados em desgosto, levam o desânimo e a apatia às últimas consequências. Canônicos e novíssimos, os poetas abordam questões assombrosamente atuais e contundentes, mesmo quando parecem tratar de um passado distante. 

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O imperador do sorvete e outros poemas, de Wallace Stevens (tradução de Paulo Henriques Britto)

“Dualidade” é uma palavra que resume com precisão vida e obra de Wallace Stevens. Um dos nomes mais aclamados da poesia do século XX, sua atuação profissional, distante das rodas literárias, se deu na área executiva. Nascido em uma família rica e tradicional da Pensilvânia, trabalhou como jornalista e se formou em direito na Universidade Harvard, até abandonar a ocupação de advogado para se dedicar a uma próspera carreira em uma companhia de seguros. Na poesia, a dualidade também deixou sua marca: com rigor e erudição, ele aliou intensa imaginação a uma visão bastante objetiva da realidade. Ao congregar apuro técnico, ampla gama de interesses, virtuosismo formal e imagens vívidas, Stevens conquistou a admiração de nomes como Marianne Moore e Harold Bloom — sendo considerado por este último como “o melhor e mais representativo poeta americano do nosso tempo”. O imperador do sorvete e outros poemas é uma edição revista e ampliada de Poemas, lançado originalmente em 1987 pela Companhia das Letras. 

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Todo amor, de Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes reinventou o amor. O tema parecia velho quando ele aliou a poesia dos livros à música popular, trazendo o amor para o centro das atenções como uma emoção sempre nova. Com organização do poeta Eucanaã Ferraz, Todo amor reúne mais de cem fragmentos - entre cartas, crônicas, poemas e letras de canção - que formam um painel admirável e apaixonante. De "Eu sei que vou te amar" até "Canto triste", o leitor pode observar a enorme variedade de formas que esse sentimento assume na produção do poeta: a alegria, a tristeza, o ciúme, a devoção absoluta, a veneração, o arrependimento, o perdão, o lance cômico e a expectativa do fim.

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Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas

Em 2017 também relançamos Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas. Depois de Rilke Shake (coleção Ás de Colete, 7Letras e Cosac Naify, 2007), o segundo livro de Angélica Freitas reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, Angélica Freitas subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino, anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos, e joga luz - com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado - sobre o nosso tempo. Neste vídeo, a poeta lê um dos poemas do livro.

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Mais sugestões:

Ficção Nacional

Ficção Estrangeira

Não Ficção

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