Semana trezentos e setenta e sete

23/02/2018

Companhia das Letras

A vida pelos outrosde Larissa MacFarquhar (tradução de Christian Schwartz e Liliana Negrello)

Se você precisasse optar entre salvar sua mãe ou um estranho em um afogamento, quem você escolheria? Por que deveríamos nos preocupar mais com alguém próximo do que com outra pessoa qualquer, já que a vida de todos os seres humanos é igualmente valiosa? Nesta galeria de casos reais que beiram o limite da ética e da razão, Larissa MacFarquhar nos apresenta a pessoas que não se conformam com pequenos gestos de caridade. A boa ação, para eles, é mais que uma responsabilidade — é uma missão de vida radical. A autora reflete: “Tentar ajudar é, na melhor das hipóteses, inútil, e, na pior, prejudicial; mas parar de tentar é desistir da humanidade. Os humanitários são hipócritas condescendentes, mas são melhores do que nós.”

 

Confissões do impostor Felix Krull, de Thomas Mann (tradução de Mario Luiz Frungillo?)

Recém-chegado à idade adulta, o jovem aristocrata Felix Krull se vê numa situação lamentável depois que o pai leva a família à falência, como resultado de uma má gestão dos negócios, e tira a própria vida. Mas ele não se dará por vencido e fará de tudo para reerguer-se, custe o que custar. Sedutor, belo e hábil na arte da trapaça, ele conhecerá um marquês que lhe propõe assumir sua identidade. O simpático impostor é o herói deste romance picaresco de Thomas Mann, uma autobiografia ficcional de um homem para quem todos os meios são aceitáveis para se atingir os fins desejados. Embora tenha começado a ser concebido nos anos 1910, e parte dele tenha saído antes em forma de conto, este foi o último livro publicado por Thomas Mann, no outono de 1954.

 

Léxico familiarde Natalia Ginzburg (tradução de Homero Freitas de Andrade)

“Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada”, escreve Natalia Ginzburg sobre sua obra mais célebre, Léxico familiar, de 1963. Nos anos 1930, como consequência da criação de leis raciais na Europa, inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu. É nesse cenário que se inscrevem as memórias de Ginzburg. Nelas, o vocabulário afetivo de um clã de judeus antifascistas se contrapõe a um mundo sombrio, atravessado pelo autoritarismo. Trata-se de uma história de resistência, narrada em tom menor, e, sobretudo, da gênese de uma das escritoras mais poderosas do nosso tempo.

 

Floresta escurade Nicole Krauss (tradução de Sara Grünhagen)

Jules Epstein desapareceu, não deixando nada além de um apartamento simplório e uma pasta com seu monograma abandonada no deserto de Israel. Sua família perplexa sabe apenas que ele foi aos poucos de desvencilhando dos laços, da advocacia e dos bens que levara toda uma vida para conquistar. Com o pouco que restou de seu patrimônio e um plano nebuloso, ele parte para o hotel Hilton de Tel Aviv. Enquanto isso, Nicole, uma romancista nova-iorquina como Epstein, deixa o marido e os filhos no Brooklyn e faz check-in no mesmo hotel, esperando que a vista da piscina em que ela costumava nadar na infância cure seu bloqueio criativo. Mas quando um suposto professor aposentado de literatura a recruta para um projeto sobre Kafka, ela se vê envolta num mistério que irá transformá-la de modo nunca antes imaginado. Pleno de vida e humor, este é um romance profundo sobre metamorfose e realização pessoal — sobre dois personagens que procuram seu eu verdadeiro a uma distância enorme de suas vidas comuns.

 

Objetiva

7 maneiras de ser felizde Luc Ferry (tradução de Joana Angélica d'Avila Melo)

Contrariando receitas formatadas e respostas simplistas, o filósofo Luc Ferry propõe uma abordagem original, simultaneamente acessível e profunda, sobre o significado da felicidade nos nossos dias, tanto em relação ao indivíduo quanto à sociedade. Partindo de sete grandes temas — amar, admirar, emancipar-se, ampliar o horizonte, aprender, criar e agir — o autor reflete e ajuda-nos a refletir sobre as maneiras como podemos viver de forma plena e gratificante.

Quadrinhos na Cia.

Desenhados um para outrode Aline e Robert Crumb (tradução de Érico Assis)

Abrangendo quatro décadas de uma colaboração artística e romântica sem igual, Desenhados um para o outro é um retrato hilariante dos Crumb, um casal singular na sua excentricidade e adoravelmente infame. O livro documenta a saga do relacionamento boêmio dos dois, retratando a confusão, a violência e a constante (e maravilhosa) sordidez que é o dia a dia chez Crumb: colapsos nervosos, neuroses, desastres na educação dos filhos, conjunções carnais repletas de fluidos e muito mais. O escopo cronológico de Desenhados um para o outro também serve ao panorama contracultural e de exilados dos Estados Unidos por quase meio século. As histórias começam nos morros do norte californiano, com singelos passeios pela Haight-Ashbury, e vão até uma louca e malfadada aventura pelo deserto do Arizona. Os hippies dos anos 1970, os yuppies dos anos 1980, o nascimento da filha Sophie, o êxodo do casal para a França, está tudo aqui. Este volume extraordinário mostra como essas duas almas profundamente cativantes, neuróticas e atormentadas encontraram a redenção ao se autodesenhar.

 

Reimpressões

O demônio do meio-diade Andrew Solomon (tradução de Myriam Campello)

Cartas de amor aos mortos, de Ava Dellaira (tradução de Alyne Azuma)

Meio Sol amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie (tradução de Beth Vieira)

Hibisco roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie (tradução de Julia Romeu)

Os Buddenbrook, de Thomas Mann (tradução de Herbert Caro)

Poemas para ler na escola, de Mario Quintana

Persépolis, de Marjane Satrapi (tradução de Paulo Werneck)

Faça acontecer, de Sheryl Sandberg (tradução de Denise Bottmann)

A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert (tradução de Beatriz Perrone-Moisés)

A cabeça do santo, de Socorro Acioli 

Minhas fábulas de Esopo, de Michael Morpurgo e ilustrações de Emma Chichester Clark (tradução de Eduardo Brandão)

Nova York, de Will Eisner (tradução de Augusto Pacheco Calil)

Bocejo, de Ilan Brenman e Renato Moriconi

Noturnos, de Kazuo Ishiguro (tradução de Fernanda Abreu)

A prisão do rei, de Victoria Aveyard (tradução de Alessandra Esteche)

A seleçãode Kiera Cass (tradução de Christian Clemente)

A elite, de Kiera Cass (tradução de Christian Clemente)

E se?, de Randall Munroe (tradução de Érico Assis)

Mindset, de Carol S. Dweck (tradução de S. Duarte)

Medo: Histórias de terror, de Hélène Montardre (org.) (Tradução de Julia da Rosa Simões)

Na minha pele, de Lázaro Ramos

Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe (tradução de José Paulo Paes)

Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift (tradução de Paulo Henriques Britto)

O perfume da folha de chá, de Dinah Jefferies (tradução de Alexandre Boide)

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