Editando "Grande sertão: veredas": a fortuna crítica

01/03/2019

 

Grande sertão: veredas já está à venda nas livrarias e, neste post, comentaremos um último aspecto da nova edição do romance de João Guimarães Rosa: a fortuna crítica.

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O propósito de anexar alguns textos críticos ao final do livro foi o de fornecer um mostruário representativo da recepção de Grande sertão: veredas, título que logo se impôs como uma das obras-primas de nossa literatura. Esse reconhecimento imediato do valor da obra se manifestou, como era de se esperar, em uma enorme quantidade de abordagens, com perspectivas e resultados muito heterogêneos.

A fortuna crítica reunida na edição acolhe um breve recorte da correspondência entre Clarice Lispector e Fernando Sabino; “Grande sertão: a fala”, de Roberto Schwarz; “O certo no incerto: o pactário”, de Walnice Nogueira Galvão; “A matéria vertente”, de Benedito Nunes; “O mundo misturado: Romance e experiência em Guimarães Rosa”, de Davi Arrigucci Jr.; e “Cabo das tormentas”, de Silviano Santiago. Os textos de Walnice Nogueira Galvão e Silviano Santiago, aliás, são partes trabalhos mais longos, cuja publicação integral não seria possível neste livro.
Algo da diversidade das críticas provocadas por Grande sertão: veredas se verifica nestes ensaios, que foram dispostos cronologicamente, procurando dar a ver também, ao menos em parte, como se constituiu essa trama de leituras. Por fim, a edição inclui uma lista com indicações de outros textos relevantes publicados a respeito do romance.

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Silviano Santiago, que é autor de Genealogia da ferocidade: Ensaio sobre Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa (Recife: Cepe, 2017), de onde se extraiu o ensaio incluído em nossa edição, escreveu na Suplemento Pernambuco deste mês um guia de leitura do romance. Leia abaixo um trecho:

"O interlúdio amoroso, que se reforça filosoficamente com a imagem do Diabo, se complementa com a épica da guerra entre os chefes-jagunços inimigos que, abandonados à própria sorte e risco, roubam do animal onça o coração para se encher de coragens terríveis. Não há direção precisa na organização social do mundo sertanejo – 'Jagunço não se escabreia com perda nem derrota – quase que tudo para ele é o igual.' A indecisão é o modo como a anarquia domina e toma conta dos grupos de jagunços em formação guerreira. É ela que desenha também o mapa ignorado daquela região feroz do Alto São Francisco. Quanto mais a narrativa de Grande sertão: veredas se volta para o passado, mais e mais ela se afirma no nosso presente sob a forma de inevitável e atual apocalipse."

Clique aqui e leia na íntegra

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Leia a sinopse da edição

Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, revolucionou o cânone brasileiro e segue despertando o interesse de renovadas gerações de leitores. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria.
Esta nova edição conta com novo estabelecimento de texto, cronologia ilustrada, indicações de leituras e célebres textos publicados sobre o romance, incluindo um breve recorte da correspondência entre Clarice Lispector e Fernando Sabino e escritos de Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Benedito Nunes, Davi Arrigucci Jr. e Silviano Santiago. Dispostos cronologicamente, os ensaios procuram dar a ver, ao menos em parte, como se constituiu essa trama de leituras.
A capa do volume é reprodução da adaptação em bordado do avesso do Manto da apresentação, do artista Arthur Bispo do Rosário, com nomes dos personagens de Grande sertão: veredas. O projeto gráfico conta ainda com desenhos originais de Poty Lazzarotto, que ilustrou as primeiras edições do livro.

 

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