Bate-papo sobre a argentina Silvina Ocampo, uma das escritoras mais singulares e surpreendentes da literatura latino-americana do século XX. Seu livro A fúria, que já está nas livrarias, é a primeira obra da autora a chegar ao Brasil. A edição tem tradução de Livia Deorsola e posfácio da professora Laura Janina Hosiasson, que participam da conversa ao lado do editor Emilio Fraia.

Irmã mais nova de uma das maiores intelectuais da história argentina, Victoria Ocampo, esposa de Adolfo Bioy Casares, amiga íntima de Jorge Luis Borges: não é raro chegarmos por esses caminhos à obra de Silvina Ocampo. Nos últimos anos, porém, o interesse pela obra da escritora se renovou. Silvina passou a ocupar o centro da cena e tem encontrado novos leitores, cada vez mais numerosos e apaixonados. Para a escritora Mariana Enriquez, autora de um ensaio biográfico sobre sua conterrânea, a nova onda feminista na Argentina impulsionou “o interesse por alguém que viveu de forma tão vanguardista. E há uma onda entre escritores argentinos jovens que têm um gosto pelo perverso muito presente na obra de Ocampo”.

Escritora rara e extravagante, Silvina nasceu em Buenos Aires, em1903, e morreu na mesma cidade, aos noventa anos. Escreveu poesia, teatro e literatura infantil, mas foi nos contos que encontrou sua voz. A fúria, considerado “o mais ocampiano” de seus livros, reúne 34 relatos breves e alucinantes repletos de amores loucos, ciúmes, crueldade, ironias e personagens inesquecíveis — entre eles suas célebres crianças malignas, como a que incendeia cruelmente uma amiga no conto que dá título ao livro. Uma literatura que, de acordo com Bioy Casares, “não se parece com nada, como se tivesse sofrido influências apenas de si mesma”.

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Apresentação e roteiro: Mariana Figueiredo

Produção: Paulo Júnior

Edição: Central 3