Ellen é uma elefantinha corajosa que tem uma missão: atravessar a floresta mágica para chegar à sua casa para dormir. Mas é bem possível que o leitor que a acompanhar nessa jornada não chegue ao fim do livro. E tudo bem. É que o autor sueco Carl-Johan Forssén Ehrlin, autor de A elefantinha que queria dormir, tem a incumbência de ajudar os pais a fazerem os filhos caírem no sono.
O livro, que será lançado dia 26 de novembro, foi ilustrado pela paulista Silvana Rando. Essa história de elefante não poderia estar em melhores mãos. Ela é mãe de um outro grandão famoso, o personagem Gildo, e idealizadora da Livraria do Elefante, especializada em literatura infantil e localizada em Sorocaba, interior de São Paulo.
De onde vem essa paixão por esse mamífero grandalhão? “Na verdade, meu bicho predileto sempre foi o hipopótamo!” Ela conta que, quando criança, fez um longo curso de ecologia e quem concluísse poderia apadrinhar um animal. Colocaram uma grande placa com o nome dela na jaula do hipopótamo, no zoológico da sua cidade.
“Já o elefante surgiu na criação do meu livro Gildo [Brinque-Book]. Tentei o hipopótamo, mas o elefante ficou muito mais carismático. Foi a partir daí que o elefante ganhou um grande peso em minha vida”, brinca a ilustradora, dona de um traço e de um humor que dialogam fortemente com os pequenos. “Dizem que meus desenhos se parecem comigo. Será?”
Foi a elefantinha Ellen que embalou, literalmente, o sono de Silvana por algumas semanas. “Ao ler o texto, era preciso me concentrar bastante, senão o sono chegava e as ideias evaporavam. Ilustrar depois do almoço, nem pensar.” Foi preciso pensar uma estratégia especial para conseguir ilustrar o livro – e não cair no sono lendo as palavras do autor sueco. “Passei a ler o texto na cama, antes de deitar. Assim, dormia como um anjo, sonhava com a elefantinha e desenhava ao acordar.” Funcionou!
Esse é o segundo livro do autor sueco que Silvana ilustra. No processo de criação de O coelhinho que queria dormir, “sofreu” um pouquinho mais para driblar o sono que surgia enquanto trabalhava. “Tive a genial ideia de ler o texto todo, de uma só vez”, lembra. “Conclusão: precisei voltar várias vezes porque lia três páginas sem prestar atenção. Quase decorei o livro.”
A dificuldade de colocar os filhos para dormir foi também enfrentada pela ilustradora quando sua filha era pequena. E não existia até então um livro que fizesse mágica. “Em casa, usamos da boa e velha canção de ninar. Eram horas de cantoria, com direito a revezamento. Hoje minha filha está com treze anos, não precisa mais de coelhos e elefantes.”
Já os pais das crianças pequenas, que ainda precisam de bons companheiros para ajudar a encontrar uma noite de soninho gostoso, podem anotar na agenda: o lançamento será dia 26/11, sábado, às 15h, na Livraria do Elefante. Vai ter sessão de autógrafo com a ilustradora e narração de história – bem, talvez seja o caso de levar um travesseirinho...