Manoel de Barros (1916-2014) foi um dos principais poetas contemporâneos. Apontado certa vez por Carlos Drummond de Andrade como o maior poeta brasileiro de então, Barros poetizou o nada, as desimportâncias, as palavras, a infância, a natureza e o universo pantaneiro. O poeta das infâncias e do absurdo carregou água na peneira, fez peraltagens com as palavras, encheu os vazios, brindou os despropósitos e fez de seu quintal maior que o mundo.
Foto: divulgação
Nascido em Cuiabá, ele logo se mudou para uma fazenda perto de Corumbá, no Pantanal mato-grossense, onde passou sua infância e de onde coletou as meninices de sua poesia. Estudou em um internato em Campo Grande e depois se mudou para o Rio de Janeiro, onde cursou Direito e teve contato com a obra de autores modernistas, como o próprio Drummond, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Seu primeiro livro, Poemas concebidos sem pecado, foi publicado em 1937 e inaugurou uma longa carreira de obras e prêmios - foram mais de vinte reconhecimentos em vida. Em 1958, retornou ao Pantanal, com a mulher e os três filhos, para administrar a fazenda que foi de seu pai.
Seu primeiro livro infantil, Exercícios de ser criança, foi lançado em 1999. Dois anos depois, publicou o segundo volume para crianças: O fazedor de amanhecer, com o qual ganhou o Prêmio Jabuti. Os outros títulos infantis, Cantigas por um passarinho à toa, de 2003, e Poeminha em língua de brincar, de 2007, foram originalmente publicados com ilustrações de sua filha Martha Barros. Todos são publicados pela Companhia das Letrinhas, com ilustrações de Fernanda Massotti e Kammal João.
Manoel morreu em 13 de novembro de 2014, em Campo Grande, mas deixa um legado de sonhos, passarinhos, ventos, chuvas, palavras e silêncios. Morreu criança, o poeta das infâncias.
Uma seleção de trechos e frases de Manoel de Barros para alegrar seu dia