A França é o país do croissant, da Torre Eiffel, da alta costura, do Louvre e, em 2024, é também a sede do Jogos Olímpicos, que acontecem em Paris. É a terceira vez que o país é palco das Olimpíadas, transformando cartões postais em território de competição.
Ilustração da capa da edição especial de O Pequeno Príncipe (Companhia das Letrinhas, 2015)
Para entrar no clima dos jogos, selecionamos autores franceses que todo mundo deveria conhecer - para ler e reler. Dos contos de fadas aos clássicos, passando pela nova geração de autores de livros ilustrados, veja alguns dos principais nomes da literatura francesa.
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Geoffroy de Pennart
Geoffroy de Pennart (Fonte: Instagram)
Nascido em Paris, em 1951, o autor e ilustrador graduou-se na école Supérieure d'Arts Graphiques en 1974. Sempre trabalhou de forma independente, produzindo arte para audiovisual, ilustrações para a imprensa e dando aulas. Por aqui, ele tem publicados: O lobo voltou! (Brinque-Book, 2011), O lobo sentimental (Brinque-Book, 2013), O lobo, a cabra e os sete cabritinhos (Brinque-Book, 2015), É preciso soltar o Gaspar! (Brinque-Book, 2016) e Chapeuzinho redondo (Brinque-Book, 2012).
Marjolaine Leray
Marjolaine Leray (Fonte: LFB)
Nascida em Nantes, uma cidadezinha no noroeste francês, em 1984, a autora tem 15 livros publicados, dois deles pela Companhia das Letras: Uma chapeuzinho vermelho (Companhia das Letrinhas, 2012), seu primeiro livro, e Abril , o peixe vermelho (Companhia das Letrinhas, 2014). Marjolaine foi a Paris estudar e depois retornou a Nantes, onde toca hoje projetos de grafismo e ilustração.
Estelle Billon-Spagnol
Estelle Billon-Spagnol (Fonte: Alice Editions)
A autora nasceu na região de Champagne e cresceu em meio a vinhedos e lápis de cor. Chegou a se formar em Direito e trabalhar na área, mas foi atraída ao ofício que a encantou desde pequena: ilustrar e contar histórias. Como autora e/ou ilustradora já tem mais de 20 obras publicadas, entre elas a história sobre os amigos Clic e Cloc (Brinque-Book, 2021), que eram inseparáveis, até o dia em que Clic acordou e não encontrou Cloc. Será que essa amizade se manteve?
Anne Gutman
Anne Gutman (Fonte: Gallimard Jeunesse)
Nascida em Paris, em 1970, a autora tem vários livros publicados, muitos feitos em parceria com seu marido, o ilustrador Georg Hallensleben. Um deles é O livrão da Penélope (Companhia das Letrinhas, 2009), que reúne 21 histórias curtas e divertidas da coala azul Penéope, acompanhada de seu amigo Dudu, que vão fazer as crianças pequenas se identificarem.
Beatrice Alemagna
Beatrice Alemagna (Fonte: Tramutana Editorial)
Da série "francesa de coração", colocamos na nossa lista esta italiana que nasceu na cidade de Bolonha, em 1973, mas mudou-se para Paris aos 26 anos - e lá vive com seus filhos até hoje. Em entrevista ao Blog Letrinhas, Beatrice falou sobre a influência da cultura francesa em suas criações: "especificamente no mundo dos livros, absorvi a ideia de que um livro infantil pode realmente falar sobre tudo, e com ironia.". A autora tem mais de 40 obras publicadas, somando os livros escritos e ilustrados por ela e os que ela foi convidada a ilustrar. O último a chegar ao Brasil é Nem sonhando! (Companhia das Letrinhas, 2024), inspirado em sua filha, Mimi, que, assim como a morceguinha Catarina, não queria ir para a escola de jeito nenhum!
Jean-Claude R. Alphen
O autor se considera franco-brasileiro: nasceu no Rio de Janeiro, mas passou a infância na França, o país de origem de seu pai. Depois de voltar ao Brasil, país de sua mãe, formou-se em publicidade e marketing e trabalhou como cartunista para o jornal O Estado de S Paulo. Começou a se dedicar à escrita e ilustração de livros infantis nos anos 90. Pela Companhia das Letras, ele publicou É o bicho! (Companhia das Letrinhas, 2009) e Girafas (Brinque-Book, 2019). Além do Brasil, tem obras publicadas na França, na Colômbia e no Canadá.
Jules Verne
Jules Verne (Fonte: Enciclopédia Humanidades)
Viagem ao Centro da Terra (Clássicos Zahar, 2016), A volta ao mundo em 80 dias (Clássicos Zahar, 2019), 20.000 léguas submarinas (Clássicos Zahar, 2014) e A ilha misteriosa (Clássicos Zahar, 2017) podem ser citados como alguns dos livros mais icônicos da virada do século XIX para século XX. Não à toa, Verne é considerado um dos principais autores franceses até hoje. Aventureiro e visionário, ele foi capaz de criar histórias que combinavam algumas das grandes aspirações da época: o interesse pelas grandes explorações e pelo progresso científico e tecnológico. Uma das anedotas que contam sobre o autor é que aos 11 anos ele fugiu de casa para trabalhar em um navio mercante como grumete, um tipo de aprendiz responsável pela limpeza - sinal de que a aventura corria em suas veias desde cedo! Felizmente, seu pai chegou antes que o navio zarpasse…
Victor Hugo
Victor Hugo (Fonte: Enciclopédia Humanidades)
Além de ser um dos grandes nomes do Romantismo, foi poeta, dramaturgo, ensaísta, artista e estadista - chegou a ser conselheiro do rei, membro da Assembleia Constituinte e, mais tarde, senador na França. O Corcunda de Notre Dame (Clássicos Zahar, 2015) é sua obra mais próxima do público infantil, após a história ter sido adaptada para o cinema pelos estúdios Disney. No romance, ambientado na Paris do século XV, o autor consegue captar um retrato da sociedade da época, dos ciganos perseguidos ao poder e à influência da coroa do clero.
Charles Perrault
Charles Perrault (Fonte: retrato de coleção desconhecida)
O gato de botas, Chapeuzinho vermelho, A bela adormecida… Se conhecemos grande parte dos contos de fadas da forma como os conhecemos hoje, isso se deve a Perrault. Ele deu novos contornos - e uma boa suavizada - nos contos de tradição oral que circularam durante a Idade Média e que (quase sempre) passavam bem longe dos finais felizes. Em 1637, ele publicou uma primeira coletânea dessas histórias, reunidas na obra Os contos da mamãe Gansa. Curioso é que o trabalho “oficial” de Perrault não tinha nenhuma conexão com infância ou criatividade: sua função era redigir documentos burocráticos, quando passou a fazer parte da corte de Luis XIV, em 1665. Alguns dos contos imortalizados por Perrault podem ser lidos em Contos de Fadas (Clássicos Zahar, 2013).
Antoine de Saint-Exupéry
Retrato de Antoine de Saint-Exupéry
Nascido na cidade francesa de Lyon, em 1900. Além de escritor, foi piloto militar e civil, assim como o narrador de O pequeno príncipe (Companhia das Letrinhas, 2015). Publicado originalmente em 1943, é de longe sua obra mais emblemática - estamos falando do segundo livro mais lido do mundo - e pop. Não faltam na internet citações da história do principezinho e sua amizade com a rosa. Há ainda um mistério: Exupéry desapareceu em 1944 durante uma missão de reconhecimento. Um bracelete com o nome dele gravado foi resgatado do mar Mediterrâneo em 1998, mas as circunstâncias da queda do avião que ele dirigia permanecem desconhecidas.
Gabrielle Suzanne Barbot de Villeneuve
Retrato de Gabrielle Suzanne Barbot de Villeneuve (Fonte: Pinterest)
Você pode até nunca ter escutado o nome dela, mas com certeza conhece sua história mais famosa: o clássico A Bela e a Fera. O conto foi publicado pela primeira vez como parte de uma coletânea. Porém, a versão mais conhecida da obra foi formulada por outra autora: Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, que tornou a trama menos complexa do que o texto original. Gabrielle nasceu em Paris, em 1865, em uma família protestante aristocrática, e além de contos de fadas, também escrevia romances. A história da jovem que se apaixona por um monstro e consegue, com seu amor, quebrar o feitiço que o amaldiçoava ganhou uma edição especial, com capa dura em A Bela e a Fera: edição bolso de luxo (Clássicos Zahar, 2016). Para a Coleção Canoa, Janaina Tokitaka elaborou uma versão moderninha que coloca em xeque os estereótipos de gênero em Bela, a fera, e Fernão, o belo (Companhia das Letrinhas, 2023).
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