
De novo: por que as crianças gostam tanto de repetições?
Crianças pedem mil vezes a mesma história e amam palavras e sons que se repetem. E por um motivo: repetições contribuem com o desenvolvimento infantil
Nos últimos anos o Brasil deu grandes passos para os pequenos leitores: a oferta de livros voltados para bebês aumentou muito. E não foi apenas na quantidade de livros: mas também na variedade. Em março, o Grupo Companhia das Letras ganhou mais três novos - um brasileiro e duas traduções: Berço, balanço, colinho, neném (Brinque-Book, 2025), de Tieza Tissi, Rafaela Deiab, com ilustrações de Deiab e Clara Galvan; Boa viagem, bebê! (Companhia das Letrinhas, 2025), de Beatrice Alemagna,com tradução de Joyce Almeida, e O pedido (Companhia das Letrinhas, 2025), de Antje Damm, com tradução de Sofia Mariutti. São três obras que conversam com leitores da primeiríssima infância - de zero a três anos - e também com adultos, percorrendo caminhos distintos na linguagem, nas imagens, na intenção, trazendo, assim, diferentes possibilidades de pensar e concretizar livros para bebês que vão muito além do óbvio.
Todos eles convidam o leitor a se debruçar sobre o que não está dito, decifrando os mistérios e singelezas que potencializam as narrativas. São três livros que passeiam pelo cotidiano, cada um à sua maneira, evocando as relações de afeto e cuidado que fazem parte do dia a dia dos bebês e que podem ser vistos como um elogio à infância em si, como território de surpresa, beleza, afetos e fabulação.
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A convite do Blog Letrinhas, a pesquisadora Cássia Bittens, idealizadora do projeto Literatura de Berço e doutoranda e mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, analisou as três obras, nos ajudando a entender as conexões e contrastes que podem ser estabelecidas entre elas. Vejam como ela amplia os nossos sentidos de interpretação, uma possibilidade para que a gente possa chegar à comovente e tão própria leitura que o bebê é capaz de fazer. Confira abaixo:
Se apresenta como uma proposta estética e literária voltada à primeira infância, com ênfase em uma experiência sensível do cotidiano materno-infantil. Trata-se de uma obra que alia lirismo e concisão a um refinado entendimento do universo sensorial da criança pequena. No entanto, por trás da aparente simplicidade narrativa, revela um projeto interessante, que se destaca justamente por sua capacidade de articular linguagem e afeto sem recorrer a clichês ou didatismos.
Narrado em primeira pessoa, o texto adota uma linguagem econômica, de frases curtas e ritmadas por rimas sutis. Essa escolha formal não parece ser mero recurso poético... parece refletir conhecimento sobre os modos de recepção da criança nos primeiros anos de vida. A opção por uma voz narrativa de um bebê, neste livro é acertada. Embora à primeira vista possa sugerir uma tentativa de mimetismo, o que se constrói é, antes, um efeito de alteridade e partilha — um deslocamento poético que permite ao leitor adulto projetar, com delicadeza, o olhar e o sentir do bebê. Aparentemente paradoxal, essa estratégia cria uma espécie de “dupla escuta”: o texto soa como vindo da criança pequena, mas também como dirigido a ela, numa ambiguidade afetiva que espelha a própria dinâmica do cuidado.
As ilustrações, por sua vez, sustentam e ampliam essa proposta. Longe de uma função descritiva, elas constroem um campo visual que emula a percepção de um bebês: focada, curiosa, intuitiva. A leitura da imagem, nesse sentido, não se dá por identificação imediata, mas por sensações que evocam a experiência sensível da infância. Um dos pontos altos do livro é a forma como texto e imagem dialogam sem sobreposição, estimulando o mediador adulto a uma leitura ativa e afetiva. É nesse entrelaçamento que a obra mais se destaca: ao evitar o óbvio, preserva a abertura para múltiplas leituras e possibilidades de relação.
Chama atenção a economia visual das ilustrações — uma aposta estética coerente com o projeto do livro. A cena das páginas 14 e 15 é exemplar: diante de um cenário urbano e ruidoso, a escolha por representar o som através de folhas espalhadas confere à imagem um caráter contemplativo e poético. Esse gesto desloca o foco da representação direta para a evocação sensorial, promovendo uma leitura mais simbólica reflexiva e afetiva. O número “dez”, usado para contar cães, insere uma camada lúdica sutil, que convida à interação sem romper com a delicadeza da narrativa.
O desfecho do livro coroa essa construção com uma cena de extrema ternura. O bebê, adormecido ao seio da mãe, representa não apenas o fim de um dia, mas a culminância de uma relação de acolhimento e presença. Trata-se de uma imagem de amparo que sintetiza os afetos e ritmos compartilhados ao longo da obra. O uso da palavra “neném”, no encerramento, resgata seu potencial relacional, funcionando quase como uma chave de escuta que reordena a experiência vivida.
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É uma obra que se inscreve com sensibilidade e sofisticação no campo da literatura para a primeiríssima infância. Trata-se de um livro cartonado, de bordas arredondadas e manuseio fácil, cujo projeto gráfico e editorial já antecipa um convite ao toque, à aproximação e ao vínculo — aspectos fundamentais na mediação literária com os bebês.
Narrado em primeira pessoa, o texto ganha força exatamente por essa escolha formal. A voz narrativa é a do próprio bebê, o que instaura uma perspectiva interna, íntima, e carrega em si uma potência poética significativa. O livro se inicia com a frase: “Eu sempre viajo na mesma hora”. A metáfora da “viagem” se desdobra ao longo da obra como representação simbólica do sono — um percurso desconhecido, solitário e, muitas vezes, resistido pela criança pequena. A partir daí, o leitor é conduzido a acompanhar os rituais de preparação para esse momento: o banho, o cuidado com os objetos de apego (a mamadeira, a naninha), as despedidas do pai e do gatinho. Tais gestos estruturam um campo de acolhimento e segurança emocional, essencial para que o bebê possa entregar-se a esse “embarque” tão delicado.
É importante destacar o quanto a obra trabalha com a ideia do cuidado em múltiplas camadas. A preparação para o sono é, ao mesmo tempo, física e psíquica. O banho e dizer "tchau" dialogam com o corpo; os rituais e a constância da rotina dialogam com o emocional. O enredo aqui funciona como um espaço simbólico de sustentação — ao mesmo tempo que representa o cotidiano da criança, também o elabora, oferecendo-lhe repertório sensível para compreendê-lo.
Esse cuidado — que pode ser entendido como uma verdadeira cultura do cuidado — está presente não apenas na palavra, mas também na imagem. As ilustrações de Beatrice Alemagna são centrais na construção desse universo. Elas trazem uma sutileza técnica e poética notável, com diversas camadas visuais e simbólicas. Pela feição do bebê, no início ele parece um tanto contrariado. Aos poucos, com o avanço da narrativa, o bebê vai sendo envolvido pelo ambiente afetivo criado pelos pais, até sorrir serenamente ao adentrar seu próprio universo interior — cena que encerra o livro com uma imagem potente de entrega e contentamento.
Esse processo de transição emocional, da resistência à aceitação, é intermediado por gestos, olhares e toques. A gente também vê esse cuidado nas ilustrações — no olhar desse pai e dessa mãe, no contato visual e físico, no aconchego do colo, e no modo como verbalizam e reforçam a ideia de que é bom viajar sozinho, sozinha, às noites. Faz parte. Há, portanto, uma estrutura emocional tão bem delineada que a autonomia do bebê se torna possível — ele começa chateado com o fim do dia, mas termina sorrindo, pronto para a travessia simbólica do sono.
Outro ponto relevante, que merece atenção crítica, é a divisão de tarefas no núcleo familiar. O texto e as imagens constroem uma cena em que pai, mãe, bebê — e até o gatinho — desempenham papéis na rotina que antecede o sono. Esse equilíbrio entre o que cada um faz é fundamental: revela uma coreografia de cuidados interdependentes que, além de acolher o bebê, o sustenta psíquica e emocionalmente. Aqui se dá o trânsito entre intersubjetivação e subjetivação — conceitos oriundos da psicanálise que ajudam a pensar como o eu se constitui a partir do outro, mas também como, progressivamente, se individualiza. Essa dimensão é elaborada de modo poético no momento em que o “berço” é apresentado como veículo de viagem. A mãe “liga o motor” — ou seja, é a figura adulta que conduz — mas o bebê embarca só. A presença do outro não anula a construção da autonomia; ao contrário, a possibilita. Trata-se de um ponto de inflexão potente, que o livro trabalha com profundidade e leveza, e que merece ser amplamente debatido.
A estrutura narrativa da obra também nos oferece uma cadência marcadamente rítmica. Se pensarmos na sequência narrativa, observamos que o bebê sempre viaja “na mesma hora” — esse dado temporal introduz o ritmo, a repetição, a previsibilidade. Primeiro, ele arruma a mala, depois busca seus objetos preferidos, segue para o banho, se veste, vai para o colo, se despede. Essa organização, que parece simples, traduz a importância da rotina — eixo central na vida dos bebês — e do ritmo como ferramenta simbólica de sustentação da subjetividade em formação. O ritmo, aqui, não é apenas narrativo; ele é psíquico, é corporal, é afetivo. E é justamente por respeitar esse tempo interno da infância que o livro se conecta de maneira tão profunda com seu leitor pequeno.
A quarta capa da obra reforça essa experiência ao estender simbolicamente a viagem. Nela, o leitor encontra uma lista do que não pode faltar na “mala” do bebê — uma brincadeira visual e textual que remete aos objetos do cotidiano da criança e relança a leitura ao início da narrativa. Esse recurso amplia o tempo de permanência do leitor na página, prolonga a experiência estética e promove um retorno circular à história. Ou seja, ao concluir a leitura, o bebê (e o adulto mediador) é convidado a reentrar no texto, a reler, a revisitar — num gesto que simula a própria natureza do ritual do sono, que se repete todas as noites. Essa estratégia editorial também favorece o reconhecimento e a nomeação, estimulando um processo cognitivo sensível, baseado não em uma pedagogia formal, mas em uma aprendizagem estética.
A autora Beatrice Alemagna é amplamente reconhecida internacionalmente e já premiada por diversas obras, inclusive publicadas pela própria Companhia das Letrinhas. Sua linguagem visual, aqui, reafirma sua potência artística: rica em detalhes, em nuances e em cor — mas sem ser estridente. Há uma paleta viva, mas contida, que preserva a delicadeza e a atmosfera poética do livro.
Um exemplo refinado dessa sensibilidade aparece na cena em que o bebê menciona não poder esquecer itens essenciais para a viagem, como a chupeta e seu livro preferido. Nessa dupla de páginas, a ilustração sugere uma delicada referência ao clássico Pequeno Azul e Pequeno Amarelo (Livros da Matriz, 2025), de Leo Lionni — obra fundamental da literatura infantil moderna. A presença desse livro dentro do universo visual de Boa Viagem, Bebê não é mero detalhe, mas sim um gesto de filiação estética e afetiva, que dialoga com a tradição da literatura visual voltada à infância e reforça o valor da narrativa construída por imagens. Essa intertextualidade expande o repertório simbólico do bebê-leitor, reafirma a importância da leitura compartilhada e revela um projeto literário que reconhece e valoriza a infância como território pleno de cultura.
Boa viagem, bebê! é, enfim, um livro que articula ritmo, rotina e afeto com uma inteligência narrativa e visual notável. Um livro que, ao abordar o momento do sono de forma sustentada pela relação e pela linguagem do cuidado, permite que o bebê entre no mundo dos sonhos de maneira serena e individualizada. É uma obra de alto valor literário, estético e afetivo — daquelas que não apenas acompanham a infância, mas a constituem em sua dimensão mais profunda. Um livro que, certamente, encontrará lugar de destaque tanto nas estantes quanto na leitura compartilhada.---------------
É uma obra voltada à primeira infância que se destaca sobretudo por seu projeto estético altamente inovador e sofisticado. Trata-se de um livro cartonado, resistente e visualmente envolvente, cuja linguagem visual é, por si só, uma narrativa rica e sensível.
O que mais chama atenção no livro é sua construção imagética: as ilustrações são, na verdade, cenas tridimensionais montadas manualmente com elementos em madeira, papel e tinta, que depois foram fotografadas. Esse procedimento confere às imagens um caráter tátil e escultórico, como se estivéssemos diante de pequenos dioramas capturados em pausa. A estética aqui não é mero suporte da narrativa: ela é parte integrante da construção poética, remetendo diretamente ao universo do brincar com as pequenezas, como evocado pelo filósofo alemão Walter Benjamin em seus escritos sobre a infância.
Benjamin nos lembra que a infância está profundamente ligada a esse brincar atento, artesanal, detalhista — um brincar com fragmentos do mundo, com restos e miniaturas, que se transforma em linguagem sensível. É exatamente esse espírito que atravessa O pedido: pequenos bonecos, móveis diminutos, expressões singelas modeladas em cenas que capturam gestos e afetos cotidianos da infância. O livro torna-se, assim, um espaço de contemplação e escuta visual, onde o brincar se aproxima da arte e a experiência estética se apresenta como fundadora da subjetividade infantil.
Contudo, não se trata apenas de um livro-imagem. Esta é, de fato, uma obra ilustrada em que o texto verbal se articula engenhosamente com as imagens. Narrado em terceira pessoa, o livro começa com a frase: “Pipo e a vovó vão passear”. A partir daí, desenvolve-se uma relação afetuosa entre as duas personagens centrais: Pipo e sua avó. O texto apresenta frases intencionalmente incompletas, que instigam a imaginação do leitor e convidam à interação contínua entre palavra e imagem. A leitura exige movimento: do texto para a imagem, da imagem de volta ao texto — num fluxo que valoriza tanto a linguagem quanto o olhar.
Por exemplo, em uma das cenas, a avó pergunta: “Se você pudesse fazer um pedido, o que seria?”, e a frase continua com um sugestivo: “Que tal um...”. A resposta se insinua não apenas pela linguagem verbal, mas pela ilustração que acompanha: uma paisagem urbana com casas e, em destaque, um carro. Pipo responde “Não”, sussurrando — o que já nos desloca para uma leitura que abarca tom de voz, expressão e intenção.
Nesse sentido, o livro também apresenta uma delicada paleta de variações linguísticas: Pipo sussurra, Pipo diz, Pipo grita, Pipo berra. Essa alternância de formas de dizer inscreve no texto a riqueza da oralidade e da expressividade infantil, oferecendo ao leitor pequeno um repertório ampliado de modos de comunicação. Trata-se de uma estratégia literária sofisticada, que introduz as nuances da linguagem cotidiana de forma orgânica, e que respeita a inteligência sensível da criança.
Não podemos deixar de destacar também a força dos olhares entre as personagens. O olhar trocado entre Pipo e a avó, assim como o olhar que se lança ao entorno, cria uma atmosfera de intimidade, escuta e afeto. É nessa cumplicidade silenciosa, mas visível, que a narrativa se ancora. O diálogo entre texto e imagem é contínuo — um gesto de leitura e de cuidado, que se revela tanto na palavra quanto na composição visual. É especialmente significativo que a relação entre avó e neto esteja no centro da história: um vínculo afetivo profundo, muitas vezes cotidiano e silencioso, que ocupa um espaço precioso na memória emocional da infância. Como diz o ditado popular, “avós são segundas mães”, e aqui, essa presença afetiva é celebrada com ternura e poesia.
Um dos momentos mais comoventes do livro é a proposta de brincadeira feita pela avó: uma busca, um “achar”, uma espécie de jogo de adivinhação — típico da infância. A pergunta inicial da avó, que remete a um desejo, se resolve não com um objeto, mas com um gesto: o desejo de estar junto, de brincar, de viajar com a avó. A “viagem”, portanto, transforma-se em metáfora da relação, do tempo compartilhado, da leitura como experiência conjunta. Ao final, o livro parece dizer: que bom que estamos lendo juntos, e que bom que podemos continuar viajando juntos. A leitura aqui se apresenta como gesto lúdico e relacional — tão essencial quanto qualquer brincadeira ou conversa.
O pedido é, portanto, uma obra que compreende profundamente a infância como território estético, narrativo e afetivo. Ao apostar na delicadeza, no detalhe e no gesto artístico do brincar, Antje Damm oferece à criança e ao adulto um livro que é, ao mesmo tempo, obra de arte, enredo sensível e dispositivo de encontro. Uma obra rara, que merece figurar entre as mais importantes da literatura contemporânea para a primeira infância — não apenas pela inovação estética de suas imagens, mas pela engenhosidade narrativa que transforma o cotidiano em diálogo poético e compartilhado.
Há livros que não se contentam em contar histórias — eles escutam. Escutam os gestos miúdos, os silêncios do fim de tarde, o balbucio entre o sono e o sonho. Berço, balanço, colinho, neném, Boa viagem, bebê! e O pedido são assim: livros que escutam com o corpo inteiro. Cada um, à sua maneira, se curva diante da infância como quem se aproxima de um segredo — não para revelá-lo, mas para habitá-lo junto.
No primeiro, o balé do cotidiano entre mãe e bebê é tecido com palavras exatas. Um texto que pulsa no ritmo do balanço, do leite, do cotidiano. Tudo ali é linguagem de afeto — um afeto que não se explica, apenas se vive. A narrativa, ancorada na voz do bebê, nos desloca: somos, ao mesmo tempo, quem lê e quem é lido. Há nesse gesto uma delicada ética da partilha.
Em Boa viagem, bebê!, a viagem é outra: simbólica, ritual, feita com a bagagem da rotina e os mapas da ternura. O sono, esse território desconhecido, se torna um convite à autonomia — mas nunca à solidão. A mãe liga o motor, o pai observa, o bebê embarca. Aqui, a literatura funciona como travesseiro simbólico: sustenta o corpo e também a alma. E quando a noite se fecha, o bebê sorri — porque foi acolhido, e porque pôde partir.
Já O pedido é uma brincadeira com o olhar. Um livro que convida a ver com os dedos, com o coração, com a lembrança. A avó e o neto caminham juntos por um mundo de miniaturas que se transforma em território de afeto. O que se pede, no fundo, não é um objeto. É um tempo. É uma presença. É o desejo simples e profundo de estar com o outro — e de transformar esse encontro em lúdico, em história, em viagem imaginada.
O que une essas três obras não é apenas o fato de falarem com os bebês e pessoas adultas. É o modo como se aproximam da infância: com respeito, escuta e poesia. São livros que não infantilizam, mas sim acolhem. Que não ensinam, mas envolvem. Que não explicam, mas se oferecem como paisagem para a criança repousar, rir, sentir.
E talvez seja isso o mais bonito: ao evitarem o didatismo, abrem espaço para o mistério. Ao recusarem o óbvio, criam frestas por onde o afeto pode passar. E ao apostarem na beleza como forma de cuidado, revelam que a literatura, desde muito cedo, pode ser ( e é) um modo de habitar o mundo pelo fabular.
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