Analisando o Carnaval carioca da virada do século XX, a autora mostra que a crítica social e política aliava-se à mais pura diversão; nas folias ecoavam, por exemplo, as lutas pela abolição e os sonhos de monarquistas e republicanos. Um valioso material iconográfico complementa a edição.
Analisando o Carnaval carioca da virada do século XX, a autora mostra que a crítica social e política aliava-se à mais pura diversão; nas folias ecoavam, por exemplo, as lutas pela abolição e os sonhos de monarquistas e republicanos. Um valioso material iconográfico complementa a edição.
A imprensa diária, o relato de viajantes e memorialistas, a literatura e os registros policiais são as principais fontes pesquisadas por Maria Clementina Pereira Cunha para mostrar como era o Carnaval do Rio de Janeiro no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Com o auxílio de um rico conjunto de ilustrações, a autora apresenta todos os que brincavam nas ruas daquele tempo - agremiações como os Tenentes do Diabo e os Pés Espalhados, grupos de mascarados e zé-pereiras, foliões de primeira classe e intelectuais patriotas, o zé-povinho, os negros dos bairros populares da cidade. O reinado de Momo enlaçava tradições e novidades e unia a crítica política e social à mais pura diversão. Por isso, Maria Clementina fala também das lutas pela abolição, dos sonhos de monarquistas e republicanos, das expectativas dos negros da Cidade Nova, do racismo e das propostas para civilizar o país. Revelando o que havia de sério no riso, Ecos da folia permite compreender melhor o longo processo de exclusão social que formou o Brasil.