No leito do hospital, um professor universitário delira e deixa aflorar revelações que compõem um painel da China pós-Revolução Cultural, às vésperas do massacre da praça da Paz Celestial, em 1989. A fala ensandecida do professor expõe a precariedade do meio intelectual chinês, num romance sobre a liberdade do delírio como resistência à repressão política.
No leito do hospital, um professor universitário delira e deixa aflorar revelações que compõem um painel da China pós-Revolução Cultural, às vésperas do massacre da praça da Paz Celestial, em 1989. A fala ensandecida do professor expõe a precariedade do meio intelectual chinês, num romance sobre a liberdade do delírio como resistência à repressão política.
Perto de seu exame de admissão ao doutorado em literatura na Universidade de Pequim, o jovem Jian Wan é escalado pelo Partido Comunista para acompanhar o professor Yang, seu orientador, durante o período de recuperação depois de um derrame.
No leito do hospital, o professor delira e faz revelações que, aos olhos de Jian - futuro genro e aluno predileto do mestre -, compõem um retrato da situação política e cultural da China contemporânea.
Aos poucos, a trama ultrapassa o delírio e vai se conectando à realidade. As alucinações do professor rompem a censura imposta pelo regime, revelando o sentido profundo do que acontece na sociedade chinesa pós-Revolução Cultural, em que os indivíduos têm sua vida privada e pública devassadas pelo Estado.
Nascidas de meditações e recordações emocionadas, as falas do professor mostram para Jian uma nova faceta da vida. Neste romance desconcertante, Ha Jin expõe as engrenagens da ditadura chinesa, mas também aponta um possível escape para os que vivem sob as amarras do totalitarismo.