Isaac Bashevis Singer, Prêmio Nobel de 1978, é autor de uma obra marcada por sua infância na Polônia e por uma rica visão de sua herança religiosa, o que o posiciona entre os grandes autores da ficção judaico-americana, ao lado de Saul Bellow e Philip Roth. O volume inicia a coleção de contos reunidos de escritores de épocas e tradições literárias diversas.
Isaac Bashevis Singer, Prêmio Nobel de 1978, é autor de uma obra marcada por sua infância na Polônia e por uma rica visão de sua herança religiosa, o que o posiciona entre os grandes autores da ficção judaico-americana, ao lado de Saul Bellow e Philip Roth. O volume inicia a coleção de contos reunidos de escritores de épocas e tradições literárias diversas.
Isaac Bashevis Singer (1904-1991) nasceu na cidade polonesa de Radzymin e passou a maior parte da infância em Varsóvia. Seu nome verdadeiro era Icek Hersz Zynger. Seu pai, Pinkhos Menachem, descendente de rabinos, era ligado à seita hassídica, grupo surgido em reação à austera religião judaica tradicional. Os hassidistas, pobres e pouco letrados, viam a manifestação de Deus em toda parte, inclusive na natureza, e mantinham práticas de culto alegres e celebratórias.
A casa do pai de Singer era local de debates, orações e estudo, onde pessoas se reuniam para contar histórias em iídiche que serviriam de inspiração para o autor. Em 1935, Singer emigrou para Nova York, onde escreveu a maior parte de sua obra, sempre em iídiche, produzindo até o fim da vida.
47 contos de Isaac Bashevis Singer é uma antologia representativa de sua ficção. O livro reúne alguns de seus mais importantes contos, como "Gimpel, o bobo", "O Spinoza da rua do Mercado", "Breve sexta-feira", "Um amigo de Kafka", "Uma coroa de penas" e "O poder das trevas". Este último tem como cenário Varsóvia, onde vive o narrador, um menino que lembra o próprio Isaac: filho de rabino e estudioso do Talmude, o personagem descobre o sexo e seus mistérios.
A infância na Polônia alimentaria continuamente a obra de Singer, marcada pelo humor filosófico próprio da tradição judaica, por um erotismo de forte carga mística e pelo talento narrativo. Singer foi, sobretudo, um grande contador de histórias: acreditava no poder que a literatura tem de alargar os horizontes da experiência humana, estabelecendo uma ponte entre passado, presente e futuro.